Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi solto nesta sexta-feira (8), após decisão do STF de acabar com a prisão após decisão em 2ª instância e estabelecer que prisões só podem ocorrer após o trânsito em julgado do processo, ou seja, após todos os recursos jurídicos cabíveis tendo sido utilizados.
A decisão tomada na noite de quinta-feira (7) levou à soltura do ex-presidente, que logo após deixar a prisão em Curitiba foi recebido por cerca de 200 militantes, o que o fez subir em umapalanque para discursar.
Em seu primeiro pronunciamento solto, anunciou a sua volta ao cenário político, através de viagens por todo o Brasil.
Ainda em seu discurso, Lula criticou o governo Bolsonaro e os envolvidos na sua condenação, criticando em especial o ministro Sergio Moro, membros da Lava Jato e representantes a Polícia Federal e do Ministério Público Federal.
Em seu pronunciamento, agradeceu a militância que permaneceu em Curitiba durante os quase 19 meses em que esteve preso e apontou os mesmos como alimentos para a democracia e para si durante o período.
Seu discurso ainda apresentou surpresas aos seus apoiadores, já que Lula aproveitou a ocasião para apresentar a socióloga Rosangela Silva como sua noiva, o que rendeu diversos aplausos por parte da multidão.
Próximas ações
Após a passagem pela chamada vigília, como o próprio PT nomeia o grupo de militantes que montou um acampamento em frente à Superintendência da Política Federal em apoio ao ex-presidente, ele deverá comparecer a um ato no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC neste sábado (9), em São Bernardo do Campo, onde fará outro pronunciamento. Para seus apoiadores, o retorno ao local é voltar ao seu berço político. O local, inclusive, foi palco de sua despedida e onde ficou antes de se entregar a política, em um comício cercado de apoiadores por todo o local.
Processo de soltura
O pedido de soltura se deu ao longo desta sexta-feira. O juiz Danilo Pereira Jr, que substitui Carolina Lebbos, da 12ª Vara Federal em Curitiba, foi o responsável pela soltura.
Lebbos, responsável pela execução da pena do ex-presidente, está de férias.
Em resposta aos jornalistas presentes, Pereira Jr. afirmou que após a decisão de ontem, não haveria outro fundamento fático para o início do cumprimento do que foi decidido pelo Supremo.
Lula estava preso desde de abril de 2018 por conta de sua condenação no caso do tríplex de Guarujá (SP).
A prisão do ex-presidente foi considerada um dos marcos da Operação Lava Jato por parte de especialistas, por demonstrar a magnitude que havia tomado.