Em seu pronunciamento em rede nacional nesta terça-feira (24), Jair Bolsonaro voltou a categorizar o coronavírus como uma 'gripezinha', citando indiretamente o médico Drauzio Varella, que trabalha para Rede Globo. O pronunciamento do presidente foi bastante duro contra a imprensa, a qual acusou de espalhar histeria e medo para toda população brasileira. Jair Bolsonaro também criticou prefeitos e governadores que adotaram ações duras contra a pandemia do coronavírus, como fechamento do comércio, suspensão do transporte público e isolamento social da população.
Jair Bolsonaro clamou aos prefeitos do Brasil a deixarem este sentimento de "terra arrasada" e incentivou que a população saia do isolamento social, voltando à normalidade, porém protegendo os grupos de risco.
Repercussão negativa e positiva sobre o pronunciamento
As redes sociais acabaram se tornando um termômetro do ambiente político, com manifestações contra ou favor de algo. No Twitter, por exemplo, hashtags estiveram nos trending topics defendendo a saída do Jair Bolsonaro, como também lhe dando a razão no pronunciamento.
Deputado Federal David Miranda (PSOL-RJ), publicou tuítes defendendo o impeachment do presidente, além de promover um abaixo-assinado virtual, onde o mesmo afirma passar dos 500 mil apoios.
MEIO MILHÃO DE PESSOAS JÁ APOIAM O IMPEACHMENT DE BOLSONARO!
🚨 500 mil pessoas já assinaram a petição de apoio ao pedido de impeachment do Bolsonaro. Suas falas criminosas não podem continuar! Ajude a chegar em 1 milhão!
Assine: https://t.co/7cFUxUfbK0#ForaBolsonaro pic.twitter.com/7Zq1AcgiHX
— David Miranda (@davidmirandario) March 25, 2020
O senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, afirmou que manter o isolamento social vai causar 40 milhões de desempregados, endossando a posição do governo pela volta à normalidade.
Posição do Presidente @jairbolsonaro de proteger os mais vulneráveis e sugerir a normalidade a todos os outros é o melhor a ser feito, sem dúvida alguma! #BolsonaroTemRazao
— Flavio Bolsonaro (@FlavioBolsonaro) March 25, 2020
Presidente do senado, Davi Alcolumbre, criticou o posicionamento de Bolsonaro, reafirmando que não é momento de atacar à imprensa, muito menos os gestores das outras esferas da federação.
"A Nação espera do líder do Executivo, mais do que nunca, transparência, seriedade e responsabilidade", afirmou Alcolumbre.
Reafirmamos e insistimos: não é momento de ataque à imprensa e a outros gestores públicos. É momento de união, de serenidade e equilíbrio. A Nação espera do líder do Executivo, mais do que nunca, transparência, seriedade e responsabilidade.
— Davi Alcolumbre (@davialcolumbre) March 25, 2020
Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, também se posicionou em seu Twitter, dizendo que o pronunciamento do presidente foi equivocado ao atacar a imprensa e os gestores dos governos estaduais e municipais. Afirmou que desde o início vem pedindo sensatez, equilíbrio e união.
Desde o início desta crise venho pedindo sensatez, equilíbrio e união. O pronunciamento do presidente foi equivocado ao atacar a imprensa, os governadores e especialistas em saúde pública.
— Rodrigo Maia (@RodrigoMaia) March 25, 2020
STF garante ações dos prefeitos e governadores
O Partido Democrático Trabalhista (PDT), legenda do ex-presidenciável Ciro Gomes, entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF), pela derrubada da medida provisória 926, garantindo assim a autonomia dos prefeitos e governadores sobre decisões que interferem sobre o mercado e circulação da população. Sendo assim, as ações dos prefeitos e governadores, possuem total legitimidade nas suas decisões. A medida favorece o grande aliado de Ciro Gomes, o governador cearense Camilo Santana, que foi um dos primeiros a adotar o isolamento da população, suspensão das atividades econômicas e barreira sanitária nas divisas.