Jair Bolsonaro (sem partido), presidente da República, informou nesta segunda-feira (20), durante uma entrevista coletiva, que irá tentar retomar algumas atividades no país em meio à pandemia do novo coronavírus. "Conversamos da possibilidade de abrimos aqui, da minha parte, o colégio militar. Talvez seja o primeiro gesto para nós voltarmos à normalidade no tocante aos estudos", argumentou o chefe do Executivo.

Bolsoanro entende que esse período de quarentena será bastante prejudicial para o Governo e também para a população brasileira. O presidente diz que a economia irá ser afetada se as atividades profissionais não retomarem nas próximas semanas e também argumentou que muitos estudantes poderão perder parte do ano letivo em razão da pandemia do novo coronavírus.

Por isso, ele está propondo que as escolas militarizadas sejam as primeiras a retomarem a normalidade no país. De acordo com algumas informações cedidas pelo portal Terra, a reabertura das escolas militares no país em meio a quarentena depende da validação das Forças Armadas, mas as cívico-militares precisam apenas de autorização dos governadores ou até mesmo dos prefeitos.

Ainda nesta segunda-feira (20), Bolsonaro participou de uma nova entrevista coletiva na saída do Palácio do Planalto, onde respondeu algumas perguntas de jornalistas que ali estavam. Questionado sobre o aumento das mortes no país em meio à pandemia da doença, Bolsonaro respondeu: "Ô, cara, quem fala de... Eu não sou coveiro, tá certo?", declarou o presidente.

Repúdio de políticos

Com medidas diferentes em razão do coronavírus, muitos parlamentares estão usando as redes sociais para criticar as medidas arriscadas do atual presidente. A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) usou seu Twitter para se posicionar sobre os problemas envolvendo Bolsonaro, afirmando que o chefe doExecutivo não está tomando as medidas certas para coibir o contágio do vírus.

Já o ex-presidente Luiz Lula Inácio da Silva (PT) informou que Bolsonaro está sendo irresponsável ao tentar retomar parte das atividades profissionais no país em meio a pandemia da doença. O ex-prefeito da cidade de São Paulo Fernando Haddad (PT) também usou as redes sociais para se posicionar contrário às medidas tomadas pelo atual presidente.

Brasil e coronavírus

O Brasil está distante dos países mais afetados com a doença, mas, diariamente novas mortes são registradas. De acordo com as últimas atualizações da OMS (Organização Mundial da Saúde), nesse período de quarentena, 2.575 mortes foram registradas e 40.581 casos foram confirmados.