O jornalista Rubens Valente, do UOL revelou a documentação de uma ação realizada em sigilo pelo Governo Bolsonaro que mira opositores considerados participantes do "movimento antifascismo", e segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, o procurador regional dos Direitos do Cidadão Enrico Rodrigues de Freitas deu um prazo de 10 dias para que a Secretaria de Operações Integradas, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, preste informações sobre a ação.

O relatório de Inteligência

O relatório revelado por Rubens Valente teve existência confirmada pelo jornal O Estado de S.Paulo.

No documento, 579 nomes são listados como integrantes do "movimento antifascismo". Os listados são servidores públicos da área de segurança e de educação no Brasil.

Enrico Rodrigues de Freitas encaminhou um ofício para a Secretaria de Operações Integradas dando o prazo de 10 dias para que explique sobre a situação, prestando informações e esclarecimentos devidos sobre a ação sigilosa que mira os servidores listados da oposição.

Seopi

A ação é realizada através do "serviço de inteligência" Seopi, criada pelo ex-juiz Sergio Moro para a integração policial em crimes cibernéticos, homicídios, redes de pedofilia e combate ao crime organizado.

Após a saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça, o órgão passou por algumas mudanças em suas atribuições com a nova gestão do ministro André Mendonça.

No comando do ministério, André Mendonça nomeou um delegado da polícia civil para comandar o "serviço de inteligência" solicitando uma investigação sobre os movimentos de oposição que poderiam desestabilizar a política da gestão de Jair Bolsonaro.

Procuradoria

A procuradoria divulgou uma nota onde explica que a solicitação tem como objetivo descobrir o que motivou a investigação ao ponto de necessitar de atuação estatal que pode limitar o direito de livre expressão de profissionais e pessoa civis que fazem oposição ao governo atual.

O procurador exige um embasamento legal para a criação do dossiê, assim como a motivação que originou a investigação. Também foram solicitadas, no documento, informações sobre as pessoas e órgãos públicos que tiveram acesso ao dossiê e o motivo de decretar a ação como sigilosa.

STF

A Rede Sustentabilidade encaminhou o documento "sigiloso" com a lista dos profissionais do "movimento antifascista" para o Supremo Tribunal Federal (STF), solicitando que a abertura de um inquérito policial seja determinado pela suprema Corte com a finalidade de realizar uma investigação formal a respeito do caso.

A legenda usou como base para o STF perseguições políticas e estatais, chamando o documento de dossiê da vergonha, afirmam que basta pensar contra o atual presidente que a pessoa se torna merecedor de fiscalização e monitoramentos secretos.