Steve Bannon, um dos nomes mais fortes na política de direita atual, ex-conselheiro do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, consultor informal do deputado Eduardo Bolsonaro e apoiador ferrenho da campanha do presidente Jair Bolsonaro, foi preso nesta quinta-feira (20) suspeito de cometer fraude.
Acusação
Steve Bannon, Brian Kolfage, Andrew Badolato e Timothy Shea são acusados pela promotoria do estado de Nova York de mover um esquema de doações para o fundo "We Build The Wall" realizadas de forma on-line, onde os doadores são enganados.
O fundo, que em tradução significa "Nós construímos o muro", apresentava um projeto onde um muro seria construído na fronteira dos EUA com o México. Porém, o montante arrecadado, que ultrapassou US$ 25 milhões, o que em reais corresponde à R$ 140 milhões, foi usado para uso pessoal pelos acusados.
Fraude
O dinheiro arrecadado pelo grupo foi prometido para a construção do muro, porém a acusação diz que milhares de dólares foi usado coletiva e inconsistentemente com o que o fundo prometia. Para ocultar os gastos inclusive de seus doadores, o grupo fez falsificação de documentos, entre eles falsos recibos.
O dinheiro arrecadado foi usado para bancar o estilo luxuoso de vida, desvios para organizações e gastos pessoais.
Tais ações configuram crime de lavagem de dinheiro e fraude bancária. De acordo com a legislação local, os acusados podem ser condenados a 20 anos de prisão por cada delito cometido.
Uma audiência será realizada nas próximas horas em Nova York, onde Steve Bannon deve ouvir a leitura de suas acusações por um juiz.
Fake news
Outro caso relacionado a Bannon são as fake news.
No comando de um site conservador de direita, o Breitbart, informações falsas e de caráter duvidoso eram compartilhadas. A campanha para a presidência de Donald Trump também foi coordenada por ele quando chegou em estágio final, o que resultou em acusações de fake news também contra a campanha eleitoral.
Steve chegou a trabalhar por quase um ano na Casa Branca, porém sua jornada não foi bem sucedida, algumas ideologias conservadoras vistas como controversas eram impostas por ele, que cobrava Trump de cumprir as promessas realizadas durante a campanha.
Além disso, ele gerou diversos conflitos resultantes de seu perfil. Sua atitude de estar sempre em combate acabou irritando o então presidente e resultou em seu afastamento do cargo.
Extrema-direita
Steve Bannon mantém laços fortes com conservadores da extrema-direita. Além de se vincular a líderes europeus que compactuam com a mesma ideologia, o "guru" também participa de grupos católicos extremamente conservadores que se opõem ao Papa, e criou uma aproximação da família do presidente Jair Bolsonaro.
Bannon foi apoiador declarado na campanha de Bolsonaro, elogiado por Eduardo Bolsonaro após uma reunião onde constataram ter a mesma visão sobre o mundo, e recebeu Jair Bolsonaro após a vitória presidencial, que seguiu aos Estados Unidos com Olavo de Carvalho, momento em que Bannon elogiou e se disse impressionado com a então equipe do presidente do Brasil.