No mês de março do ano passado, Arthur Araújo Lula da Silva, o neto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, faleceu com apenas 7 anos. A morte do pequeno Arthur foi comemorada por alguns perfis nas redes sociais. Segundo informações do colunista Rogério Gentile, do UOL, a Justiça conseguiu identificar os proprietários dos perfis usados para divulgar os textos comemorativos.

Alessandra Strutzel

Um dos perfis investigados foi o de uma suposta blogueira chamada Alessandra Strutzel, que postou logo após a morte do garoto que finalmente tinha recebido uma boa notícia.

De acordo com o divulgado pelo colunista do UOL, que teve acesso à documentação referente ao processo, o administrador do perfil é morador da cidade de Campo Grande no Rio de Janeiro e fez outras postagens que diziam que nem o ex-presidente Lula estava triste com a morte do neto, então por que ele ficaria?

Após Lula ter conhecimento dos atos realizados pela falsa blogueira, o ex-presidente afirmou que processaria Alessandra, que imediatamente reagiu nas redes sociais alegando que precisava de ajuda da população para custear a sua defesa no processo. Ela ainda alegou que aquilo tinha sido um comentário isolado e que ela havia se arrependido e que além das dificuldades financeiras a sua mãe seria doente, e estava acamada.

Alessandra, na verdade, é um perfil fake, administrado por um homem que teve apenas as iniciais L.A.S. divulgadas, pois de acordo com o colunista, ele ainda não se manifestou sobre a situação. A indenização cobrada pelo ex-presidente é de R$ 50,3 mil.

Hudson do Mato

Hudson Du Mato, apelido de H.L.C.M., residente da cidade de Belo Horizonte, também realizou ataques ao ex-presidente.

Após a morte do neto do petista, ele postou frases que diziam que a justiça divina não falha e que Lula estaria começando a pagar por todas as mortes causadas pelo roubo de seu partido da saúde pública.

A indenização solicitada a Hudson é de R$ 1.045,00, e Lula pede ainda que ele seja obrigado a publicar em suas redes sociais a decisão condenatória.

De acordo com o colunista, Hudson também foi procurado pelo UOL, porém não conseguiram contato.

Fernanda de Carvalho da Silva

Fernanda de Carvalho da Silva foi a responsável pelo terceiro ataque envolvendo a morte de Arthur. Ela chamou Lula na época cumprindo prisão em Curitiba (PR), de canalha, e disse que o enterro do neto serviria para que o político realizasse "showmício" afirmando que o momento triste que o petista enfrentava serviria como oportunidade para o movimento "Lula Livre".

O perfil de Fernanda também era falso e registrado com o número telefônico no CPF de um homem, Wellington Melo Castro. Ao contrário dos outros acusados, Wellington se manifestou sobre as acusações, e alega não ser o responsável pela autoria do texto, e que seu CPF deve ter sido alvo de fraude para criação de conta fake, alegação recusada pelo juiz que afirma que todos os dados inclusive endereço estão corretos no cadastro da rede social, o que prova que o aparelho telefônico pertence sim a ele.

No caso de Wellington não foi aplicada multa indenizatória, pois o juiz responsável pelo caso diz que neste caso, o menino Arthur não foi ofendido diretamente, e que o comentário era exclusivamente de cunho político, mesmo que questionável, alegando que faz parte do ônus de figuras políticas de expressão. O ex-presidente Lula recorreu desta decisão.

Defesa de Lula

O advogado de defesa do ex-presidente Lula, Eugênio Aragão, encaminhou um documento à Justiça onde dizia que Lula deveria ter sido pelo menos respeitado diante de um momento tão difícil.