O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), manifestou-se sobre os supostos relatórios feitos pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para auxiliar os advogados do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) no processo das “rachadinhas”.

Trata-se de um suposto esquema que vinha acontecendo na Alerj e agora está investigado e levou a uma denúncia contra Flávio Bolsonaro por suspeita de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e peculato. Outro suspeito de participar do esquema é Fabricio Queiroz, ex-assessor do parlamentar.

Durante uma entrevista, Gilmar Mendes disse que a Abin precisa se pronunciar sobre as acusações feitas através de uma publicação da revista Época.

Em sua fala, o ministro disse que seria bom agir com cautela e esperar que a Abin se explique sobre acusações que vêm sendo feitas. Ele reiterou também que não existem argumentos convincentes para justificar o uso de uma instituição privada para interesses particulares. "De fato, não se justifica o uso de uma instituição, que não é do Governo e sim do estado brasileiro, a serviço de qualquer interesse particular", disse.

Gilmar Mendes também defendeu um amigo seu que foi citado no relatório, o ex-secretário da Receita Federal Everaldo Maciel. Maciel foi apontado como a pessoa que criou a suposta estrutura criminosa que vem sendo investigada dentro da Receita Federal.

Gilmar diz que eles são muito amigos e relembrou um momento em que Maciel havia entrado com uma mandado de segurança contra contra TCU, que estava exigindo informações confidenciais por parte da Receita Federal.

Cármen Lúcia dá prazo de 24h para o ministro Heleno se manifestar

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), estabeleceu um prazo de 24 horas para o ministro Augusto Heleno, do GSI, e o diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, se pronunciarem sobre os relatórios divulgados pela revista Época.

A Época divulgou que relatórios teriam sido produzidos pela Abin com o intuito de ajudar os advogados que trabalham na defesa do senador Flávio Bolsonaro no caso “rachadinha”, envolvendo também seu ex-assessor Fabrício Queiroz.

Flávio Bolsonaro é investigado por diversos crimes. Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro, ele participou de um suposto esquema de repasse dos salários recebidos por assessores acontecia na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

A defesa de Flávio Bolsonaro confirmou a autenticidade dos relatórios.