Em entrevista à GloboNews no último domingo (13), o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo de Jair Bolsonaro (sem partido), fez alguns comentários sobre o governo.

Santos Cruz disse que esperou que Bolsonaro como novo presidente fizesse uma política diferente do que vinha sendo feito pelos outros governos. No entanto, ele disse que enquanto esteve fazendo parte do governo presenciou "a chegada de um pequeno grupo de extremistas, que passaram a utilizar as piores práticas possíveis".

O general disse também que o governo está aumentando ainda mais a divisão na sociedade com o intuito de manipular ainda mais as pessoas.

Ele continuou dizendo que o governo só faz ataques contra as pessoas, ao invés de fazer uso de ideias para melhorar o país.

Outro ponto criticado pelo general foi a forma como o governo atuou durante o combate à pandemia. Ele disse que desde começo o governo demostrou que não estava no controle da situação e que a atuação do governo se resumiu em xingamentos e recomendações do uso da cloroquina como tratamento para pacientes que estavam infectados pelo vírus.

Santos Cruz comenta fala de Bolsonaro sobre Biden

Santos Cruz falou também sobre uma declaração de Bolsonaro após a vitória do democrata Joe Biden sobre Donald Trump nas eleições presidenciais deste ano no Estados Unidos. Ao se referir a possíveis medidas do presidente eleito norte-americano com relação à preservação da Amazônia, Bolsonaro disse que se acabasse a saliva, "tem que ter pólvora".

O general classificou a fala de Bolsonaro como uma "fanfarronice" e "devaneio".

O general também não concorda com militares ocupando cargos e fazendo parte do governo, pois isso deixa a impressão de que existe um vínculo entre o governo e as Forças Armadas, o que, segundo ele, não é verdade.

Ao ser questionado se havia alguma possibilidade de haver uma intervenção militar no Brasil, o general disse que a ideia é completamente absurda.

No final da entrevista, o general deixou claro que existe uma possibilidade de apoiar o ex-ministro da Segurança Pública Sergio Moro nas eleições de 2022.

Santos Cruz disse que Moro ficou marcado na história do Brasil como uma pessoa que reviveu a esperança do Brasil e que o ex-juiz com certeza seria uma grande representatividade para concorrer nas eleições em 2022. O general também deixou aberta a possibilidade dele próprio concorrer a algum cargo nas próximas eleições, mas disse que não se entusiasma com a ideia.