Os jornalistas Ruy Castro e Ricardo Noblat agitaram o mundo político através das redes sociais ao sugerir que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tirasse a própria vida. Após a divulgação do artigo, apoiadores de Bolsonaro decidiram repudiar a atitude de Castro e Noblat e começaram a atacá-los.
Castro não tem conta nas mídias sociais e ficou sabendo do que estava acontecendo através de um aviso emitido pelo UOL. Como resposta às críticas, de forma irônica Castro reproduziu uma fala de Bolsonaro quando foi questionado sobre o aumento no número de mortes por conta do coronavírus.
O colunista disse que fez apenas uma sugestão para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente do Brasil, mas que eles não precisavam seguir. Para finalizar, o jornalista disse que todos iriam morrer um dia e que ele não é coveiro.
O jornalista Ricardo Noblat, colunista da revista Veja, também causou alvoroço ao compartilhar o artigo escrito por Castro em sua conta no Twitter. Noblat, que presta serviço à Veja e é seguido por um milhão de pessoas, disse que não quis incentivar o ato.
Para o ministro da Justiça, André Mendonça, os jornalistas fizeram incentivos para pessoas tirarem a própria vida e decidiu enquadrar os colunistas pela infração prevista no Código Penal.
Por meio de uma nota, o jornal Folha de S.
Paulo disse que, assim como o processo que foi aberto contra o colunista Hélio Schwartsman foi suspenso pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), o inquérito contra o texto de Castro também será suspenso.
O artigo escrito e publicado por Castro tem como conteúdo a biografia de várias figuras importantes da história, como Garrincha, Cármen Miranda e Getúlio Vargas, ex-presidente do Brasil que apareceu morto em seu gabinete após tirar a própria vida.
Então Castro havia dito que Trump deveria fazer o mesmo, e Bolsonaro também, por gostar de imitá-lo. O colunista ressaltou que Bolsonaro não deveria esperar até as eleições para deixar o cargo e poderia fazer isso, pois não iria fazer falta alguma, ao contrário, tal atitude seria fazer um bem para o país.
Vários deputados repudiaram a atitude dos jornalistas, entre eles um dos filhos do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
Noblat diz que não quis apoiar ideia de Castro
O colunista Noblat se defendeu das críticas através das redes sociais, onde fez diversas publicações explicando o motivo pelo qual não incitaria um ato como este.
Noblat disse que um dos motivos que o impede de fazer tal sugestão são os dogmas de sua religião e que sempre publica artigos que em sua visão vão ganhar algum debate social ou político.
Ele encerrou com uma provocação: "Por fim: vida longa ao presidente Jair Bolsonaro para que ele possa colher o que plantou".