Após o Governo cancelar a compra de seringas e agulhas que seriam usadas na aplicação da vacina contra o coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta quarta-feira (5) que o ministério da Saúde decidiu suspender a compra dos insumos até que o preço volte a ser como era antes da chegada da pandemia.
Bolsonaro disse também que os estados e municípios têm estoque dos insumos, no entanto, ele não apresentou nenhum documento ou dado que comprove sua afirmação.
Dias atrás o ministério da Saúde não obteve sucesso ao tentar adquirir os insumos através de uma licitação eletrônica. O governo pretendia comprar 331 milhões entre seringas e agulhas, mas acabou comprando apenas 7,9 milhões do insumo.
Sobre os valores, os fabricantes disseram que as ofertas feitas pelo governo brasileiro eram muito abaixo do que outros consumidores têm oferecidos pelos insumos atualmente.
Bolsonaro justificou a suspensão da compra dos insumos
Nas redes sociais, Bolsonaro justificou a suspensão da compra que seria feita alegando que o governo pretendia abastecer também o estoque controlador, mas devido a alta dos preços decidiu que vai esperar os preços baixarem para fazer uma nova tentativa.
O presidente ressaltou que os estados e municípios têm os insumos em estoques e que seria suficiente para dar início a vacinação, pois a quantidade que vai ser usada não precisa ser grande.
Bolsonaro disse que a aquisição destes produtos sempre foi feita por estados e municípios, mas com a chegada do novo coronavírus o governo decidiu tomar o controle nesta área, por enquanto.
Sobre a tentativa frustrada na aquisição dos insumos, o governo disse que vai fazer outra tentativa ainda neste mês de janeiro.
A pasta da Saúde revelou que realizou compra dos insumos de fabricantes brasileiras que chega um total de 30 milhões de unidades que pretende ser entregues neste mês de janeiro.
Outra medida para controlar a quantidade dos insumos foi a proibição da venda para outros países.
Sobre a notícias que criticam o empenho do governo na compra dos insumos, o ministério da Saúde disse através das mídias sociais que tais noticias são “fake news”.
Segundo as informações, algumas indústrias brasileiras que atuam na área de insumos hospitalares disseram que já havia sugerido para o governo se planejar para compra seringas e agulhas desde julho.
Para algumas instituições não haverá a falta dos insumos para concluir a vacinação, pois há um intervalo de 30 a 45 dias entre a compra e a entrega.
A postagem do presidente nesta quarta-feira (4) surpreendeu algumas instituições. O superintendente da Abimo (Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos e Odontológicos), Henrique Fraccaro, disse que participou de uma reunião com membros que compõem a pasta da Saúde, mas que este assunto não foi debatido ainda.
Até o momento o governo aprovou uma Medida Provisória (MP) com um orçamento de R$ 2 bilhões para serem usados no plano nacional de vacinação.