Dimas Covas, o diretor do Instituto Butantan, cobrou do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que ele tenha dignidade para defender a CoronaVac e ainda cobrou que o Itamaraty tenha agilidade para viabilizar a chegada de matéria-prima vinda da China para que possa ter continuidade a produção da única vacina contra a Covid-19 que está sendo aplicada até o momento na população brasileira.

Covas deu a declaração na manhã de terça-feira (19), ele estava acompanhado do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em um evento no interior de São Paulo.

Dimas Covas declarou que se Bolsonaro acha que agora a vacina pertence ao Brasil, que ele mostre dignidade e a defenda e solicite apoio do Ministério das Relações Exteriores nas conversas com o Governo chinês.

O país possui somente seis milhões de doses prontas do imunizante que pode ser fabricado pelo Butantan.

As vacinas que foram distribuídas aos estados desde a última segunda-feira (18) foram transportadas pelo governo paulista da China, sede da empresa Sinovac, farmacêutica que é parceira do Butantan de São Paulo.

O que se teme é que sem o insumo as doses da CoronaVac terminem ainda neste mês de janeiro.

IFA

O princípio ativo para se produzir a vacina se chama IFA e é importado do país asiático. O Brasil enfrenta dificuldades para adquiri-lo.

Na sede do Instituo Butantan existem ainda outras 4,8 milhões de doses fabricadas no Brasil, que esperam a liberação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Sem o insumo, a produção corre o risco de parar.

China

Os responsáveis no governo federal em negociar com a China são: o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.

Entretanto, entre assessores do presidente da República há medo de uma repercussão negativa motivada pelos ataques de integrantes do governo federal à China que foram feitas durante a pandemia.

Por esta razão, cogita-se a possibilidade de ser formada uma força-tarefa, tendo até mesmo a presença do vice-presidente Hamilton Mourão. O vice de Bolsonaro afirmou que está pronto e disponível.

Mourão tem estado em contato com Wang Qishan, o vice-presidente da China. Qishan desejou melhoras ao vice-presidente brasileiro quando Mourão esteve com Covid-19 e desde então os dois vices estão permanentemente em contato, relatou o general Mourão ao blog da jornalista Andréia Sadi, do G1.