Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), comentou sobre a pressão que tem surgido por um impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Mourão rebateu os pedidos de impeachment contra o presidente e ainda disse que este pedido não vingaria.
O vice disse que não há possibilidades de abertura de um processo de impeachment contra Bolsonaro no momento e acrescentou que ultimamente tudo é motivo para pedir impeachment.
Para ele, esses tipos de protestos por qualquer motivo só acabam atrapalhando o mandatário de exercer o poder e pediu para deixar o presidente governar.
"Aqui no Brasil qualquer coisa é impeachment, né? Deixa o cara governar, pô", disse Mourão.
Mourão foi questionado sobre quem seria, na sua opinião, um candidato forte contra o presidente nas eleições de 2022. O vice respondeu que não consegue identificar alguém à altura para enfrentar Bolsonaro, mas disse que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), é o que chega mais próximo de ser um candidato forte, mas ressaltou que Bolsonaro ainda assim está liderando na corrida presidencial em 2022.
Para Mourão, o que pode surtir um efeito ruim para campanha de Bolsonaro e impedi-lo de ganhar as eleições é o presidente não conseguir realizar todos os projetos que tem para fazer durante o mandato. Sobre os projetos, ele não deu detalhes quais seriam.
O vice foi questionado sobre a participação do apresentador de televisão Luciano Huck na vida pública. Mourão disse que Huck talvez não vá de fato participar, que é só euforia da parte do apresentador.
Crise em Manaus
Mourão foi questionado sobre a situação em que se encontra Manaus sobre a crise sanitária que comoveu várias pessoas, inclusive alguns famosos, que fizeram campanha para comprar oxigênio e enviar para ajudar a amenizar a questão por lá.
Para Mourão, essa situação foi causada devido a uma má comunicação entre estado e o Governo federal. O vice disse que o governo federal recebeu muitas críticas por recomendar o tratamento precoce, mas que o procedimento impediu que muitas pessoas contaminadas avançassem para um quadro mais grave da doença, independentemente do remédio que foi usado para isso.
Sobre a vacinação, ele disse que muitos países já começaram, mas nenhum concluiu ainda o processo de vacinação. Mourão ressaltou que o único país que está próximo de concluir a vacinação é Israel, mas amenizou dizendo que a população do país inteiro é menor que a população da cidade de São Paulo.
Neste domingo (17) foi aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) o uso emergencial de duas vacinas, a CoronaVac, que foi desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo, e Oxford/AstraZeneca.
O governador João Doria comemorou a notícia nas redes sociais e disse que esse momento representou uma vitória para a ciência e o Brasil, visto que já morreram mais de 200 mil pessoas em decorrência do coronavírus.