O governador do estado de São Paulo, João Doria (PSDB), reforçou nesta quarta-feira (27), em entrevista à rádio BandNews FM, as medidas de restrição de circulação de pessoas e de funcionamento do comércio para combater o coronavírus e pediu o apoio e compreensão dos comerciantes. Dizendo que "os mortos não consomem", explicou que as medidas, as quais concorda que prejudicam as vendas, são necessárias para evitar um mal maior, com perdas de vidas humanas. "Quero lembrar que mortos não consomem, mortos não vão a bares, mortos não vão a restaurantes, mortos não compram pão e mortos não consomem sapatos.

Temos que preservar vidas para depois recuperar a economia", destacou.

Capital está nas fases laranja e vermelha, dependendo do dia

O estado de São Paulo iniciou medidas mais duras de contenção da pandemia. A capital paulista, por exemplo, está em fase laranja do Plano SP de segunda a sexta-feira, e em fase vermelha aos finais de semana, das 20h às 6h. Na fase laranja, a abertura de comércios de bebidas e refeições tem capacidade reduzida até as 22h. Na fase vermelha, o fechamento é total, com exceção de serviços essenciais. A decisão gerou criticas no setor de bares e restaurantes.

O apoio da população e do comércio é importante para Doria, pois ele declarou que as medidas oficiais de contenção não funcionarão sem a consciência das pessoas para o perigo.

Segundo números do Governo paulista, janeiro registrou 237 mil novos casos da Covid-19, 16 mil a mais que o mês anterior, o que justificaria o aperto das medidas restritivas.

Comércio prefere continuar a funcionar

Entretanto, esse não é o entendimento de setores do comércio. Donos de bares e restaurantes organizaram um protesto na capital na manhã desta quarta (27) contra as medidas anunciadas pelo governo de contenção da pandemia, que limitam e até impedem as atividades em determinados dias e horários.

Doria sabe que não pode controlar uma desobediência civil em massa dos comerciantes e parte da população. Em sua entrevista admitiu que não existe polícia nem fiscais para conter todos os abusos, punindo de fato quem vai contra o decreto estadual. Ele desabafou que considera inconcebível uma pessoa querer morrer por facilitar justamente as circunstâncias de perigo de contágio.

O governador insinuou, mas evitou detalhar o que ele chamou de outras cartas na manga que possui para tornar as medidas ainda mais rígidas e fazer com que comerciantes e a população em geral cumpram a lei.

Doria disse que o governo "tem na manga a vida", mas cada pessoa seria responsável por sua própria vida, de seus familiares e de seus amigos ao não adotar o uso de máscaras, de gel, de distanciamento e isolamento social neste momento crítico. Isolamento, distanciamento e vacina seriam os únicos antídotos no momento.

Campanha de vacinação já começou de forma lenta e focada

O governo de São Paulo iniciou a vacinação contra o coronavírus no estado. Foram distribuídas nesta segunda-feira (25), para atender os 645 mil municípios do estado, 501 mil vacinas de Covid-19 da Fiorocruz (Oxford/AstraZeneca).

Os produtos estavam previstos para chegar nos locais até terça-feira (26). Antes disso, no último dia 18, outra vacina, a do Butantã em parceria com laboratório chinês Sinovac, começou a ser distribuída, com logística final de entrega em 72 horas, com 690 mil doses.

Nesta primeira fase de vacinação estão sendo atendidos grupos de risco específicos, como profissionais de Saúde, idosos com mais de 60 anos, pessoas com deficiência com mais de 18 anos que vivem em instituições de longa permanência, indígenas e quilombolas.