Um grupo formado por líderes católicos e de várias denominações evangélicas assinou um documento pedindo o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O documento, que recebeu a assinatura de mais 380 lideranças, foi entregue à Câmara dos Deputados nesta terça-feira (26).
No documento é alegado que o motivo do pedido de impeachment se deu por conta das ações do Governo federal no enfrentamento da pandemia.
Dentre os líderes religiosos que estão participando do movimento está o monge e teólogo Marcelo Barros, que disse que Bolsonaro vem fazendo o uso de notícias mentirosas para se beneficiar desde as eleições de 2018.
O monge disse também que Bolsonaro tem feito o uso da religião de forma desonesta para se beneficiar.
"Um dos gritos dessa força que trouxe o atual presidente ao poder era 'Deus acima de todos'. Muitos religiosos e religiosas das mais diversas religiões precisavam vir a público para dizer que não estamos de acordo com esta instrumentalização da religião", disse Barros.
O monge disse que o grupo que assinou o documento não poderia deixar que a sociedade pensasse que eles faziam parte dos demais religiosos que apoiaram Bolsonaro, que para eles representa uma ameaça à democracia no Brasil.
Barros disse que no segundo turno das eleições em 2018 os eleitores tiveram que escolher entre manter a nossa democracia, mesmo com seus problemas, ou apoiar a barbárie, que para ele foi representada por Bolsonaro.
O maior motivo para o impeachment, segundo os religiosos que assinaram o documento, foi a falta de ação por parte do governo para evitar que as pessoas morressem em Manaus devido à crise por falta de oxigênio.
Maia diz que impeachment de Bolsonaro ficará para sucessor
A crise em Manaus fez com que diversas lideranças, tanto políticas e agora religiosas, entrassem com pedido de impeachment de Bolsonaro.
Outra questão que fez os pedidos de impeachment aumentarem foi a demora em apresentar um plano de vacinação e demonstração de colaboração para que se houvesse um imunizante o mais rápido possível. Fato que já vinha sendo alertado pelo presidente da Câmara dos deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que já chamou o governo de irresponsável.
Maia disse que Bolsonaro não tinha mais condições de continuar no poder porque não apresentava mais planos para gerir o Brasil por mais dois anos de mandato.
No entanto, quando é cobrado sobre o impeachment do presidente, Maia diz que não pode pautar, pois não se faz tão importante no momento e que sua maior preocupação agora é resolver questões ligadas a pandemia.
Maia afirmou que essa questão do impeachment de Bolsonaro será resolvida pelo próximo presidente da Câmara, que será escolhido nas eleições no próximo dia 1° de fevereiro.