O presidente da França, Emmanuel Macron, usou sua conta oficial no Twitter para dizer que "continuar a depender da soja brasileira seria ser conivente com o desmatamento da Amazônia". A publicação é acompanhada de um vídeo, no qual Macron aparece falando sobre o assunto com jornalistas.

"Nós somos coerentes com nossas ambições ecológicas, estamos lutando para produzir soja na Europa", disse ainda o presidente francês.

A fala de Macron ocorre em meio à discussão de um acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul. Segundo algumas autoridades do bloco, a falta de compromisso com o meio ambiente por parte do Brasil seria um entrave para a ratificação do acordo.

Relação entre Macron e Bolsonaro nunca foi boa

A relação entre o presidente da França e o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (sem partido), sempre foi marcada por trocas de farpas. O principal assunto debatido entre os dois sempre foi o meio ambiente, em específico, a preservação da Amazônia.

Em um dos episódios Macron havia convocado os líderes do G7 para discutir as queimadas que vinham acontecendo na Amazônia. Na ocasião ele disse que a floresta amazônica estava pegando fogo e que o assunto precisava ser tratado com urgência.

A declaração soou com tom de autoritarismo de outros países sobre o Brasil e Bolsonaro não gostou do que ouviu. O presidente brasileiro usou as redes sociais para dizer que Macron estava levando um assunto interno do Brasil para ser discutido com outros países com interesses políticos.

Na época o presidente brasileiro disse também que Macron usou um tom sensacionalista para falar sobre a Amazônia e usou até fotomontagens para aumentar a gravidade do problema na floresta.

Em outro trecho Bolsonaro disse que o presidente francês estava agindo com uma mentalidade colonialista e considerou como descabida para tratar do assunto.

Ele disse que o Brasil estava aberto para debater possíveis soluções para o desmatamento e queimadas que aconteciam na floresta amazônica.

Bolsonaro afirmou na época que a preocupação por parte de outros países não passava de interesses econômicos quanto às riquezas naturais que a floresta amazônica produz.