O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), comentou a última fala do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a situação das contas públicas do Brasil, em que disse que o país está "quebrado" e que, por isso, não consegue "fazer nada".

Maia disse que a declaração do presidente é “desalentadora” e que ao olhar não consegue ver planos e nem soluções oferecidas pelo Governo que possam trazer melhoras para o país. "É grave e desalentador porque você olha para os próximos dois anos sem entender o projeto de país que ele [Bolsonaro] tem", disse.

Rodrigo Maia ressaltou que ultimamente Bolsonaro tem governado como se fosse um representante de corporações, e não um representante de estado. Para Maia, o presidente não articulou planos para que hoje o Brasil pudesse oferecer estabilidade financeira para enfrentar mais dois anos.

Para o presidente da Câmara dos Deputados, o país não está sem dinheiro como diz Bolsonaro e ressaltou que se o governo não consegue criar planos para atender as demandas do país, não pode continuar a guiar o mesmo.

Ciro diz que Bolsonaro tem que tomar uma decisão

O ex-candidato presidencial Ciro Gomes (PDT) disse através das redes sociais que Bolsonaro deveria escolher entre revogar o teto de gasto, criar impostos visando os mais ricos ou pedir para deixar o cargo.

Para Ciro é injusto que um trabalhador pague altos impostos sobre seus bens como carros e motos, enquanto quem possui bens como barcos de luxo e aeronaves não paga nenhum imposto sobre eles. Na sua teoria, Ciro citou o apresentador Luciano Huck e o governador de São de Paulo João Doria, afirmando que cada um tem jatinho comprado com subsídio oferecido pelo governo.

Luciano Huck apoiou a ideia e garantiu que ele seria o primeiro a pagar, no entanto, ressaltou que o governo deveria recuperar a confiança e serenidade.

Dirceu pede a saída de Bolsonaro

Quem criticou e pediu a saída de Bolsonaro do cargo de presidente foi o ex-ministro José Dirceu, que estava preso e ganhou liberdade após uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-ministro classificou o governo como criminoso e disse o Brasil nunca passou por isso antes.

Dirceu também fez questão de lembrar que o governo vem sendo acusado de querer controlar as instituições para proteger a família do presidente.

Uma das acusações é de que a Agência nacional de Inteligência (Abin) criou relatórios para ajudar o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) no caso da “rachadinha”. O órgão rebateu e negou as acusações.

Para o ex-ministro petista, o Brasil está vivendo a beira de um colapso ou ruptura por conta da forma como vem sendo governado. Ele afirmou que Bolsonaro e os membros do governo não podem continuar no poder e devem ser tirados.

Dirceu disse que para tirar Bolsonaro do poder não é preciso esperar até as eleições de 2022, pois dá para fazer antes e de forma legal, respeitando a Constituição. Dirceu disse também que partidos e parlamentares esquerdistas deveriam se unir para pedir o impeachment de Bolsonaro e em seguida lançar um candidato para 2022.