Durante uma entrevista à revista Veja, a ativista de extrema direita Sara Winter comentou sobre sua participação durante as campanhas a favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), quando estava à frente do grupo “300 do Brasil”.
A militante disse que não vai mais gritar a palavra “mito”, que é usada pelos apoiadores de Bolsonaro para elogiá-lo.
"Decidi me aposentar. Nunca mais vocês vão me ver gritando 'mito', 'mito'.
Hoje morreria de vergonha de fazer isso", afirmou ela à publicação.
"Fiz tudo aquilo acreditando que havia um movimento para derrubá-lo [Jair Bolsonaro]. Eu me sacrifiquei para defendê-lo e faria tudo de novo, apenas de uma maneira diferente", continuou.
Prisão de Sara Winter
Em junho do ano passado, em meio a um inquérito que investigava atos antidemocráticos, Sara Winter foi preso, acusada de violar a Lei de Segurança Nacional. A Justiça entendeu que Winter era a principal responsável por realizar arrecadação de recursos e organizar atos ilegais contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e parlamentares.
A militante foi solta, mas teve que usar tornozeleira eletrônica e teve também suas contas nas redes sociais suspensas temporariamente.
Winter ameaçou Morais
Winter disse que apesar de ter sido acusada pelo ministro Alexandre de Morais, ela estava mais grata a ele do que à ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves.
Em tom de arrependimento, no mês de outubro, Winter usou as redes sociais para dizer que não estava mais reconhecendo Bolsonaro, pois ele havia mudado. Ele disse que havia feito de tudo para que ele fosse eleito e assim manter os costumes conservadores.
Em outra ocasião, Winter disse que precisava resolver seus problemas e que não estava recebendo apoio de Bolsonaro ou Damares, pois teria que resolver tudo sozinha.
O MPF foi quem apresentou uma ação contra Winter pelos crimes de injúria e ameaça contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, em junho passado.
"Eles não vão me calar. De maneira nenhuma. Pelo contrário. Eu sou uma pessoa extremamente resiliente. Pena que ele mora em São Paulo. Se estivesse aqui, eu tava na porta da casa dele, convidando ele para trocar soco comigo. Juro por Deus, eu queria trocar soco com esse filho da put* desse arrombado. Infelizmente eu não posso. Mas eu queria. Ele mora lá em São Paulo, né? Você me aguarde, Alexandre de Moraes. O senhor nunca mais vai ter paz na vida do senhor", afirmou ela na ocasião.