O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) excluiu da reunião ministerial que aconteceu nesta terça-feira (9) o vice-presidente Hamilton Mourão. Quem também não esteve presente na reunião foi o ministro das Comunicações, Fábio Faria, por estar cumprindo compromisso no exterior.

Segundo informações divulgadas pelo jornal Folha de S.Paulo, assessores que trabalham no Palácio do Planalto relataram que Bolsonaro fez questão de convidar de maneira individual cada um dos ministros para a reunião, evitando assim convocar uma reunião do conselho de Governo e, consequentemente, Mourão.

Bolsonaro já comentou que desconfia que Mourão tem passado para mídia assuntos que são conversados durante as reuniões ministeriais.

Ao comentar sobre assunto, Mourão admitiu que não foi chamado para participar da reunião e especulou que Bolsonaro talvez considerou que sua presença não fosse necessária. O vice disse também que não ficou incomodado com a atitude de Bolsonaro.

Durante uma entrevista ao programa "Brasil Urgente", apresentado por José Luiz Datena na TV Band, Bolsonaro foi perguntado como estaria a relação entre ele e Mourão. De maneira curta, o presidente disse que estava tudo bem e fez uma analogia com um relacionamento entre sogra e genro, o qual ele disse que dura para vida toda.

No entanto, em alguns episódios Bolsonaro tem tratado o vice como um inimigo do seu mandato. Atitudes como não discutir assuntos estratégicos com seu vice, ou marcar reuniões particulares e proibir Mourão de falar publicamente sobre alguns assuntos, têm demonstrado essa falta de afeto entre os dois.

Segundo a Folha de S.Paulo, Bolsonaro não quer mais concorrer às eleições com Mourão como seu vice em 2022.

Bolsonaro rebate Mourão

Recentemente, um episódio aumentou a tensão entre Mourão e Bolsonaro. Em entrevista à rádio Bandeirantes, Mourão disse que haveria possivelmente uma reforma ministerial no governo e que, dentre os ministros, o mais provável a ser trocado seria o das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.

Ele afirmou que alguns ministros têm deixado a desejar por apresentar ineficiência na compra das vacinas e insumos, que na época estava sendo negociados com a China, e quem acabou fechando o acordo foi o ex-presidente Michel Temer.

No entanto, Mourão disse que talvez essa reforma aconteceria após as eleições no Senado e Câmara dos Deputados.

Bolsonaro, por sua vez, rebateu o vice dizendo que o seu governo está indo muito bem e que, como se não bastasse a imprensa tentando criar problemas, agora tinha membros do governo contribuindo para tal.

Na ocasião, Bolsonaro disse que não estava precisando de opiniões para trocar ministros e se alguém quisesse fazer isso deveria se candidatar em 2022 e ganhar as eleições para realizar troca de ministro.