O Tribunal Superior Eleitoral julga nesta terça-feira (9) duas ações que pedem a cassação da chapa de Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão por disparos em massa de Fake News durante a campanha eleitoral de 2018. Luis Felipe Salomão é o relator do caso.

Outra decisão que será tomada neste processo é se haverá ou não uma quebra de sigilo bancário e fiscal do empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan e apoiador de Bolsonaro, suspeito de ter financiado o disparo de mensagens via WhatsApp.

A Procuradoria-Geral Eleitoral está exigindo também a quebra dos sigilos de quatro empresas que teriam efetuado o serviço.

Segundo a PGE, o próprio WhatsApp havia informado que detectou um "comportamento anormal", o que aumenta ainda mais as suspeitas da propagação de fake news por partes das prestadoras de serviço.

Tanto a defesa de Bolsonaro quanto os advogados do empresário Luciano Hang negaram qualquer envolvimento sobre os disparos de fake news.

Fakes news propagadas durante as eleições

Segundo a diretora da plataforma de checagem Aos Fatos, Tai Nalon, uma onda de desinformação ocorreu contra os adversários de Bolsonaro quando se aproximou do dia da votação. Dentre as fake news estavam algumas que colocaram em dúvida alguns temas como o nível de segurança das urnas eletrônicas.

Uma fake news que foi propagada durante a campanha de 2018 foi a de o candidato do PT, Fernando Haddad, iria criar o que foi chamado de "kit gay" para ser aplicado nas escolas para crianças de até 6 anos.

Na verdade, o projeto não foi batizado por Haddad com este nome e proposto quando ele ainda era prefeito de São Paulo e tinha outro objetivo. O projeto proposto por Haddad visava orientar os educadores a saber lidar com as diferenças de gêneros e respeitar os grupos LGBT.

Outras mensagens que foram enviadas diziam que Haddad pretendia “sexualizar as crianças” e aplicar a ideologia de gênero nas escolas.

Outra fake news propagada foi a de que Adélio Bispo, agressor que desferiu uma facada em Bolsonaro, era filiado ao PT. No entanto, a Aos Fatos constatou que não existia o nome de Adélio na lista de filiados do PT na época em que o atentado aconteceu.

Mesmo assim, alguns veículos de informações acabaram divulgando matérias neste sentido e acabaram ajudando a propagar tais informações como verdade.

Outra informação considerada fake news que foi propagada foi a imagem de uma senhora com hematomas no rosto e com a legenda afirmando que ela teria sido agredida por apoiadores da esquerda por ter declarado que votaria em Bolsonaro. Na verdade, tratava-se de uma atriz chamada Beatriz Segall, que havia sofrido uma queda em 2013 e já era falecida quando a imagem circulou.