Foi enviado à Câmara dos Deputados, na última sexta-feira (5), um documento assinado por um grupo de profissionais da área da saúde solicitando o impedimento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de continuar governando o país.

Uma das pessoas que está fazendo o pedido é o fundador e ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Gonzalo Vecina, seguido por José Temporão, o qual fez parte do Governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro da Saúde.

Quem também participou da ação foram a epidemiologista Ethel Leonor Noia Maciel, Eloan Pinheiro que trabalhou como diretora no laboratório da Fiocruz, Reinaldo Oliveira que faz parte da instituição Sociedade Brasileira de Bioética, Daniel Dourado que atua como pesquisador sanitário na Universidade de São Paulo, o pneumologista Ubiratan Santos e o médico sanitarista Ricardo Oliva.

No documento os profissionais incluíram frases declaradas por Bolsonaro durante entrevistas e pronunciamentos relacionados à pandemia as quais eles consideram um desserviço para saúde pública porque em muitas delas o presidente faz declarações que desencorajam a população a se vacinar.

Esse é o primeiro pedido de impedimento contra o mandatário depois que o novo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP) passou a dirigir a Casa. Antes quamndo a Câmara estava sob o comando de Rodrigo Maia (DEM), ele ecebeu vários pedidos de impedimento contra Bolsonaro, mas não pautou nenhum deles.

Bolsonaro é acusado de usar o poder para disseminar o medo

Os requerentes do pedido alegam que Bolsonaro fez uso do poder e influência política para disseminar o medo contra todos ao criticar as medidas sanitárias comprovadas cientificamente, quando deveria proteger a sociedade diante de uma das maiores crises sanitárias já enfrentada nos últimos 100 anos.

Em outra parte do texto, eles dizem que Bolsonaro interferiu na gerência do Ministério da Saúde para que fosse aplicado o chamado “tratamento precoce” à base de hidroxicloroquina que tanto defendeu durante a pandemia e criar barreiras para compra de imunizantes.

É alegado também pelos profissionais que o presidente criou uma disputa política quanto ao combate do coronavírus no Brasil para se autopromover e denegrir a imagem de outros políticos de esferas menores como estadual, municipal e a demissão de ministros.

O pedido está também sob a alegação de que Bolsonaro tem infringido a dignidade, honra de decoro para a altura do cargo que é considerado o mais elevado na República Federativa.

PGR denuncia Bolsonaro por irregularidades na pandemia

Atualmente foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de investigação preliminar contra Bolsonaro com o intuito de apurar possíveis irregularidades praticadas pelo mandatário durante a pandemia.

A denúncia foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) que é comandada por Augusto Aras, que afirmou que se houvessem elementos que comprovassem possíveis fraudes por parte do Governo na crise sanitária que ocorreu em Manaus e Pará, daria continuidade às investigações.