A primeira-dama do Brasil, Michelle Bolsonaro, briga na Justiça de São Paulo contra a revista IstoÉ, alegando que foi tratada de forma machista pela em texto publicado em fevereiro de 2020. As informações são do colunista Rogério Gentile, do portal UOL.
Michelle Bolsonaro se sentiu ofendida com o artigo "O esforço de Bolsonaro para vigiar a Mulher de perto" e entrou com um processo contra a revista, exigindo uma indenização R$ 100 mil. Na ação, a esposa do presidente solicita também que a revista peça desculpas publicamente.
Segundo Michelle, no decorrer do texto publicado pela revista há um trecho que insinua que ela estaria tendo um caso extraconjugal com Osmar Terra, então ministro da Cidadania.
Segundo o advogado de Michelle, Fabio Kadi, os jornalistas da revista "pautaram-se em informações mentirosas sobre suposto desconforto no casamento e construíram uma plêiade de conteúdo raso para disseminar a ideia de que a primeira-dama teria sido infiel a seu marido".
O advogado afirmou ainda que é nítido que a revista agiu de maneira machista, tratando a Michelle Bolsonaro como se fosse "um objeto ou coisa a ser 'vigiada' por alguém".
Primeira-dama recebe apoio de jornalista
A primeira-dama ressaltou que a atitude da revista foi vista como machista inclusive por outros profissionais da área e deu como exemplo a jornalista Vera Magalhães, âncora do programa "Roda Viva", que apesar de uma crítica ao Governo Bolsonaro, saiu em defesa dela nesta questão.
Nas mídias sociais, a jornalista classificou como “nojentas” as insinuações contra Michelle Bolsonaro e que o texto não apresentou conteúdo informativo.
Juíza diz que não é caso para indenização
A ação apresentada pela defesa da primeira-dama tem como objetivo mudar decisão da juíza Adriana Basso, da 3ª Vara Cível de São Paulo, que entendeu que não houve crime da parte da revista, a qual, segunda a magistrada, respeitou os limites da liberdade de imprensa e de informação.
A juíza alegou também que a publicação não feriu "a honra, intimidade e a vida privada" da primeira-dama ao ponto se fazer necessária a indenização, mas reconheceu que o texto tem um "ar de fofoca" e que o termo "vigia" dá uma "conotação de posse e propriedade da mulher".
A revista alegou que não criou história contra a primeira-dama ou a acusou de ter tido um caso fora do casamento e ressaltou que a matéria apenas relatou questão pessoal de Michelle e do presidente que tinha "repercussão política e interesse público dadas as movimentações realizadas pelo presidente Bolsonaro na troca do ministro da Cidadania".
Sobre a acusação de machismo, a defesa da revista alegou que usou a palavra “vigia” apenas para retratar a postura "machista" do presidente.