O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro comentou nesta segunda-feira (1°), em seu perfil no Twitter, as mensagens que foram trocadas entre ele, o procurador Deltan Dallagnol e outros membros da Lava Jato.

O sigilo das mensagens foi retirado após o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), atender uma ação apresentada pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante o processo que corre na Corte sobre os desdobramentos da Operação Spoofing.

Em publicação no Twitter, Moro afirmou que não costuma arquivar mensagens antigas, e que, portanto, não pode comprovar a autenticidade das mensagens.

O ex-ministro alegou também que as mensagens foram obtidas de forma criminosa e, segundo ele, têm como objetivo anular condenações contra políticos que foram acusados de corrupção.

Moro diz que não há ilegalidade nas conversas

Em sua publicação, Moro diz que em nenhum momento houve fraude processual, acusações equivocadas contra pessoas inocentes, julgamentos precipitados, ação fora da lei ou que precise ser revista ou conluio para incriminar qualquer um dos investigados. “Nenhuma das supostas mensagens retrata fraude processual, incriminação indevida de algum inocente, antecipação de julgamento, qualquer ato ilegal ou reprovável ou mesmo conluio para incriminar alguém ou para qualquer finalidade ilegal”, disse.

As conversas fazem parte das buscas que aconteceram em julho de 2019 que resultaram na prisão dos suspeitos de rackear os aparelhos telefônicos de Moro e procuradores da Lava Jato.

Outros trechos das conversas entre Moro e os procuradores, que foram divulgadas dias atrás, mostram o ex-juiz ensinando como deveria ser apresentada a denúncia contra Lula no caso do tríplex de Guarujá.

As mensagens foram revisadas por Lewandowski e só depois a defesa de Lula pôde ler as conversas.

Material passou por perícia

Todo o material apreendido passou por perícia para saber se realmente eram verdadeiras. Após análises, a polícia constatou que as conversas são originais e não sofreram alterações.

O resultado final recebeu a assinatura do perito Cláudio Wagner.

As conversas que foram divulgadas são do período de 3 setembro de 2015 a 8 de agosto de 2017.

Os advogados de Lula disseram que os arquivos em questão foram entregues à Polícia Federal por conta da decisão do STF.

Os arquivos mostram momentos em que Dallagnol parabeniza Moro por decreto de prisão. Em outro trecho Moro envia mensagem para Dallagnol dizendo que havia encontrado uma pessoa disposta a depor contra um dos filhos de Lula.

Lula tenta provar sua inocência

Um dos processos que mais pesam nas decisões de Moro enquanto era juiz do caso é a condenação contra o ex-presidente Lula, que foi condenado a 9 anos e um mês, mas depois a sentença foi ajustada para 12 anos e um mês.

Lula cumpriu mais de 1 ano em regime fechado.

Desde sua condenação, Lula sempre negou que tenha cometido crimes de corrupção e luta para provar que é inocente.

Moro vem sendo investigado após conversas entre ele e Dallagnol serem rackeadas e divulgadas pelo site The Intercept Brasil.