O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, prestou seu primeiro depoimento depois que começou a ser investigado por conta da crise sanitária que ocorreu em Manaus por falta de insumos no sistema de saúde, dentre eles o oxigênio. O interrogatório aconteceu nesta quinta-feira (4), no hotel militar onde mora, em Brasília, e foi prestado à Polícia Federal.

Não foram divulgadas muitas informações sobre o que foi dito pelo ministro durante o interrogatório. Só se sabe que Pazuello falou sobre as ações do Governo para conter a crise no Amazonas e que estaria à disposição da Justiça para esclarecer qualquer dúvida.

A ação foi movida pela Procuradoria-Geral da República, que enviou um pedido de abertura do inquérito ao Supremo Tribunal Federal, que logo foi atendido pelo ministro Ricardo Lewandowski, que autorizou a investigação.

O ministro entendeu que por ser uma apuração preliminar, Pazuello teve o direito de decidir quando e onde seria feito o interrogatório e acabou escolhendo o local onde reside.

O documento enviado pela PGR diz que existe a informação de que Pazuello foi avisado em dezembro de 2020 sobre a falta de insumos hospitalares no Amazonas, mas só prestou assistência ao estado em janeiro de 2021.

No entanto, a crise já estava havia se instalada causando mais mortes por conta da Covid-19 e a falta do oxigênio contribuiu para o aumento de mortes por asfixia.

O governo federal então começou a enviar ajuda disponibilizando aeronaves para transferir os pacientes, pois os hospitais já estavam lotados e não tinham mais suportes para continuar tratando os pacientes.

Na denúncia apresentada pela PGR consta também a acusação pela demora por parte do governo no envio de oxigênio para o Amazonas.

Famosos enviam oxigênio para Manaus

A crise em Manaus chamou a atenção de muitas pessoas, inclusive de famosos, como o humorista Whindersson Nunes, que realizou uma rápida campanha para arrecadar oxigênio e enviar para Manaus. O cantor sertanejo Gusttavo Lima também mostrou um avião carregado de oxigênio que estava sendo enviado para o estado.

Bolsonaro acusa o STF de proibir o governo de atuar na pandemia

Logo depois deste episódio em Manaus, começaram a surgir vários pedidos de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Em entrevista ao programa de José Luiz Datena, na TV Band, Bolsonaro alegou que foi impedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de atuar no enfrentamento à pandemia e, por isso, não havia enviado ajuda para Manaus antes.

Bolsonaro disse que se fosse seguir o que a Corte aconselhou, ele estaria tomando banho de praia, mas resolveu ajudar disponibilizando aeronaves para transferir os pacientes para outros hospitais e insumos.

Sobre estas declarações, o STF disse que o que Bolsonaro falou eram inverdades e desde começo da pandemia que a instituição havia determinado que todos os governos tinham o dever de garantir a saúde dos cidadãos e combater a crise.