O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), realizou mais uma de suas lives semanais na última quinta-feira (4). Desta vez ele causou polêmica ao falar sobre o salário de R$ 15 mil do presidente da Anvisa, afirmando que tem gente que tem "só isso para sobreviver".
O mandatário disse isso enquanto conversava com presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torre, que também participou da live.
Bolsonaro perguntou para Barra Torre qual é o tempo que dura o mandato de um diretor na instituição. O diretor respondeu que tem duração de 5 anos.
Em seguida o presidente fez outra pergunta, só que desta vez foi sobre quanto ganha um diretor para atuar na instituição, e Barra Torres respondeu que recebia "algo em torno de R$ 14 mil".
O presidente então comentou: "R$ 14 mil ou R$ 15 mil. Então, é um indicativo também, porque todo mundo tem de sobreviver, tem de trabalhar para sobreviver. No caso, você é um almirante, está na reserva, tem os seus proventos, isso aí é complementar para você. Agora, tem gente que é só isso para sobreviver. Então, analise, por parte de vocês, o quão atrativo é ou não é uma agência dessa".
Bolsonaro pede para ninguém usar seu nome
Durante a live, Bolsonaro comentou, sem apontar nomes, que não iria intervir ou gerir qualquer ação contra a Anvisa.
O presidente disse isso depois que o líder do Governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), disse que iria “enquadrar” a instituição porque, segundo o deputado, a Anvisa não reconhece que o país vive um momento delicado e dificulta a aprovação de vacinas no Brasil.
Barra Torres rebateu dizendo que a declaração de Barros foi infeliz.
O diretor argumentou que não é obrigado a trabalhar e, já que se dispôs a fazer isso, que merece o mínimo de respeito por parte de outras pessoas.
Barra Torres disse também que sua equipe tem desempenhado um ótimo trabalho para conter a situação. Ele afirmou que se Barros desconfia que há alguma irregularidade na instituição, que ele entre com uma ação judicial para fazer sua defesa e pediu para o assunto ser encerrado caso não haja acusações.
Como forma de dizer que não concordou com a declaração de Barros, Bolsonaro citou como exemplo o Papa. Entretanto, a teoria feita pelo presidente não ficou tão clara.
O presidente finalizou sua afirmação ressaltando que a Anvisa não poderia ser pressionada por ninguém e que o máximo que ele como mandatário poderia fazer era apenas dialogar com a instituição, sem criar problema.