Esta quarta-feira, dia 12 de maio, marca o aniversário de cinco anos do afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) do cargo pelo Senado Federal. O vice Michel Temer (MDB) assumiu o comando do país em 2016, com o impeachment da primeira mulher eleita para o cargo mais importante do Executivo nacional.

Dilma critica seu afastamento

Em evento transmitido nesta terça em sua conta oficial no Facebook, a ex-presidente afirmou que em nenhum momento cometeu algum crime durante seu mandato e que seu impedimento foi meramente político. "Hoje é ridículo falar em pedaladas fiscais.

Por que trata-se de uma manipulação legal para avaliar uma ação que todos os presidentes antes de mim fizeram, e nenhum [ex-presidente] foi condenado, porque não era nenhum ato errado, de falsidade, nada disso", defendeu-se.

Ainda segundo a ex-presidente, a agenda petista de inclusão incomodava. "O golpe de 2016 não tem um objetivo claro ao ser feito. Claro para a população, mas teve para nós. Eles queriam enquadrar o Brasil, porque os nossos governos tinham dado ganhos substantivos para vários setores da população brasileira, a maioria até então completamente marginalizada em seus direitos. E, ao fazer isto, o golpe de 2016 queria enquadrar o Brasil para fazer com que o Brasil mudasse a sua política.

Mudasse sua política para a população, na área de saúde, na área de habitação, no Minha Casa Minha Vida, queriam tirar o povo do orçamento", alfinetou.

Dilma também é contra o teto de gastos. "Queria tirar o povo da decisão por vinte anos, de onde se gasta, deixando só livre para qualquer gasto o pagamento da dívida. Não investe em saúde, não melhora leito de UTI, não cria as condições de financiamento necessárias para se fazer uma vacina.

O golpe de 2016 é para isso, para enquadrar o Brasil economicamente, socialmente e geopoliticamente no neoliberalismo", reclamou.

Perseguição ao PT e bolsonarismo

A política reclamou também do que ela chama de perseguição. "Agora, ele [o golpe] não é um ato que se isola no tempo, ele continuou. É isso que nós temos hoje de reconhecer.

Ele, vamos dizer assim, é o pecado original. É ele que vai dar margem para que na sequência, no clima criado, clima de ódio de violência, clima de perseguição aberta ao Partido dos Trabalhadores e as suas lideranças", disse.

A ex-presidente pede união das forças de esquerda para tentar derrotar o bolsonarismo em 2022. "Nós iremos nos aliar a todos os progressistas desse Brasil para garantir que aquelas pessoas, aqueles grupos, aqueles segmentos, que tem um compromisso com os direitos da população, com a democracia, a soberania do país, sejam capazes de novamente voltar e avançar num processo de desenvolvimento e crescimento", afirmou.