O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) esteve em Jurucutu, no Rio Grande do Norte, na última quinta-feira (24), e posou para uma fotografia junto com operários. Até aí nada de mais. O fato curioso é que alguns dos trabalhadores estavam fazendo o símbolo de “L” com os dedos, gesto associado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O Ministério do Desenvolvimento Regional publicou a foto no Instagram da pasta. A imagem chamou a atenção das redes sociais e foi republicada por opositores de Jair Bolsonaro. O gesto também pode ser associado ao próprio presidente Jair Bolsonaro, que durante sua campanha para a presidência da República costumava simular armas com um gesto parecido.

2022

Tanto o atual mandatário quanto o ex-presidente petista pretendem concorrer nas eleições para o Palácio do Planalto no próximo ano. Até o momento, o que se prevê é que Lula e Bolsonaro irão se enfrentar no segundo turno da próxima eleição presidencial, segundo o que dizem as últimas pesquisas de intenção de votos. O Brasil está vivendo uma polarização na política, em que o atual presidente e o ex-presidente representam os dois lados.

Jair Bolsonaro viajou ao Rio Grande do Norte para fazer uma visita técnica à Barragem de Oiticica, localizada em Jucurutu. O empreendimento irá receber as águas do Norte do projeto de integração do Rio São Francisco. O Governo federal deverá liberar R$ 38 milhões para garantir a continuidade da obra.

O orçamento total é de R$ 657,2 milhões, e o governo pretende que a obra esteja completa até dezembro desse ano.

Sem máscara

No evento, o líder do Executivo pediu que uma garota de 10 anos retirasse a máscara de proteção contra a Covid-19. O uso do equipamento se trata de recomendação das autoridades sanitárias de todo o mundo para tentar diminuir a propagação do coronavírus.

Bolsonaro já se pronunciou por diversas vezes contra o uso do item. A menina estava recitando uma poesia na abertura do evento e atendeu ao pedido do presidente.

Na cerimônia, o ocupante do Palácio da Alvorada ainda aproveitou a oportunidade para mais uma vez atacar a imprensa, três dias após se irritar ao ser questionado por uma repórter da TV Vanguarda, afiliada da Rede Globo.

O presidente também negou que tenha tido participação nas supostas irregularidades em relação à aquisição do imunizante Covaxin.

Sobre a vacina da Índia, Bolsonaro afirmou que sua gestão “está completando dois anos e meio sem nenhuma acusação sequer de corrupção". A fala do líder do Executivo ocorre apenas 24 horas após o governo Bolsonaro ter perdido um ministro que está sendo investigado, Ricardo Salles. Segundo o governo, o chefe do Ministério do Meio Ambiente pediu para deixar o cargo.