No dia em que finalmente decidiu se pronunciar no Palácio da Alvorada sobre o resultado das Eleições, o presidente da República Jair Bolsonaro (PL), horas antes, havia consultado os militares do Exército sobre a possibilidade de entrar na Justiça contra o resultado do pleito eleitoral com a justificativa de que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria a possibilidade de ser considerado inelegível pelas condenações na operação Lava Jato. Com informações da CNN Brasil.

O argumento utilizado pelo presidente Bolsonaro não faz sentido, pois não existe nenhuma sentença no momento contra o presidente eleito.

Lula foi condenado em 2018 pelo ex-juiz Sergio Moro e por tribunais superiores na Lava Jato. Entretanto, o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou os processos e quase todos eles prescreveram.

Exército

Integrantes das Forças Armadas, entretanto, não deram ouvidos ao presidente derrotado para prosseguir nessa narrativa. Fontes das Forças Armadas ouvidas pela emissora afirmaram que uma das Forças Armadas até deu atenção para Bolsonaro, enquanto outra não concordou com a ideia, coube ao Exército ser o fiel da balança e não endossar o desejo de Jair Messias Bolsonaro.

Não foram encontradas até agora irregularidades nos testes de integridade das urnas eletrônicas feitos pelo levantamento do Comitê de Transparência, foram testadas 641 urnas, 56 delas utilizaram a biometria dos eleitores.

O Exército é uma das instituições integrantes do comitê.

Golpe

Militares de alta patente do Exército do Brasil estão de acordo com a aceitação do resultado das urnas eletrônicas e negam quaisquer possibilidades de participarem de uma intervenção ou golpe. Segundo a apuração da CNN Brasil, o sentimento interno é o de que a disputa eleitoral ocorreu dentro da lisura do processo eleitoral e que não aconteceram fraudes comprovadas.

Mas, o Exército não deverá se posicionar sobre o tema. A ordem é que caso haja este posicionamento, ele venha por intermédio do Ministério da Defesa.

Para os generais de quatro estrelas, o assunto eleições presidenciais já é tratado como página virada e os militares agora estão ocupados em se prepararem para a transição de governo e esperam a divulgação do nome de quem será o novo ministro da Defesa.

Na próxima semana, os generais que fazem parte do Alto Comando deverão marcar a primeira reunião para explicitar a atual situação da corporação e o que eles esperam para o próximo ano. A reunião é parte integrante dos trâmites para a passagem para o governo Lula. A emissora procurou o Exército Brasileiro para falar sobre o assunto, mas a corporação afirmou que não iria comentar. A CNN também procurou a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto, mas não obteve retorno.