No dia 13 de outubro de 2019, Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes se tornará santa durante a celebração de uma missa pelo papa Francisco, na praça de São Pedro, no Vaticano. Entretanto, ninguém conhece Maria Rita pelo seu nome de batismo. Agora, se falarmos de Irmã Dulce, tudo ficará mais claro.

A boa notícia para tantos devotos de Irmã Dulce foi comunicada em Roma e em Salvador no dia 1º de julho, durante coletiva de imprensa. Após a oficialização da canonização, haverá em Roma, no dia 14 de outubro, uma missa em agradecimento pelo dom manifestado dessa Mulher admirável.

Outra missa de celebração de intenção semelhante ocorrerá em Salvador, na Arena Fonte Nova, mas agendada para o dia 20 de outubro.

O presidente da CNBB, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, acredita que o evento é um motivo de alegria e um presente especial do papa Francisco ao povo do Brasil. Ele espera que a santificação de Irmã Dulce inspire as pessoas "a trilharem o caminho do bem, da generosidade e solidariedade ao próximo".

Por sua vez, o arcebispo Dom Murilo Krieger revelou que a beata levará o nome de Santa Dulce dos Pobres e seu dia de lembrança/comemoração escolhido é 13 de agosto, data válida a partir do ano que vem.

Inexplicável

O fato decisivo para declarar Irmã Dulce uma santa foi a atribuição de um segundo milagre, este efetuando a cura de cegueira de um homem que sofreu desse mal por quatorze anos.

Num certo dia de dezembro de 2014, o homem cego acordou com a visão gradualmente recuperada até o seu completo restabelecimento. Ele revelou que buscou Irmã Dulce pelas preces e orações, as quais foram atendidas por ela, acredita o mesmo homem.

A pedido da Igreja Católica, reuniu-se um grupo de médicos para atestar a erradicação da doença.

A conclusão dessa junta médica foi em direção de que tal enfermidade se caracteriza por lesões graves, impedindo a recuperação da visão pelas vias técnicas/científicas conhecidas até agora. Os próprios médicos ficaram intrigados com a cura do doente.

Crê-se que no mundo todo, haja cerca de 10 mil relatos de milagre ou cura com a ajuda de Irmã Dulce.

Todo o material está documentado na sede das Obras Sociais Irmã Dulce. Os depoimentos vão desde a cura de câncer, superação do vício em drogas até o regresso ao mercado de trabalho e sobrevivência a acidentes graves.

Celeridade e rápida passagem histórica

Para quem está habituado a acompanhar o exaustivo ritual de beatificação/canonização, sabe o quanto é moroso o reconhecimento para tal. No caso de Irmã Dulce, este processo foi o terceiro mais rápido da história, perdendo apenas para a santificação de Madre Teresa de Calcutá e do Papa João Paulo II.

Como dito no começo da matéria, seu nome verdadeiro era Maria Rita e nasceu em Salvador no ano de 1914. Sua vida de caridade e abnegação começou aos 13 anos, acolhendo mendigos e doentes em sua própria casa, localizada no bairro soteropolitano de Nazaré.

Com o tempo, a residência da família ficou conhecida como o Portal de São Francisco, dada a grande quantidade de necessitados que abrigava.

Em 1933, entrou para a vida religiosa no Convento de Nossa Senhora do Carmo, situado na cidade de São Cristóvão, estado de Sergipe. Neste mesmo ano, decidiu adotar o nome da mãe, Dulce Maria de Souza Brito Lopes Pontes, como uma maneira de homenageá-la, já que tinha falecido quando a futura freira tinha apenas 7 anos.