A deputada federal Flordelis (PSD-RJ) foi apontada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) como mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo.

Segundo os investigadores, Flordelis teria planejado todo o crime, porém, antes já havia tentado assassinar o marido por envenenamento e, além disso, contratado pistoleiros em outras oportunidades.

Foro privilegiado

Ao todo 11 pessoas foram denunciadas pela Promotoria. Entre os presos, cinco filhos e uma neta da deputada federal.

Flordelis, apontada como a mandante do crime, foi a única que não foi presa, por ter foro privilegiado –quando o parlamentar possui imunidade e só pode ser preso em flagrante ou por crime inafiançável.

Flordelis chorou com chegada da polícia

A deputada foi surpreendida com a chegada da polícia em sua residência em Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, e chorou um pouco.

A ação foi chamada de Operação Lucas 12, e o delegado e chefe do Departamento de Homicídios, Antônio Ricardo Lima Nunes em entrevista ao "Bom Dia Rio", da Rede Globo, afirmou que a investigação chegou ao fim e que foram cumpridas todas as prisões.

Pedido de prisão para deputada

A Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá (DHNSGI) irá encaminhar uma cópia do inquérito para a Câmara dos Deputados para que Flordelis seja afastada e responda pelo crime na prisão.

'Separar dele não posso'

Segundo a investigação, em uma troca de mensagens com um dos filhos denunciados, Flordelis sugeriu que matar o marido seria a única alternativa: "Fazer o quê?

Separar dele não posso, porque senão ia escandalizar o nome de Deus", teria dito a deputada.

Em uma entrevista, o promotor Sérgio Lopes Pereira analisa a mensagem da deputada e diz que "nessa lógica torta, o assassinato escandalizaria menos".

Homicídio panejado

Segundo a polícia, Flordelis planejou o assassinato do marido e foi responsável por convencer o executor direto e os demais envolvidos a participarem do crime.

A investigação aponta ainda que a deputada foi a responsável pelo financiamento e compra da arma usada no crime e, além disso, foi ela mesma quem avisou da chegada do marido no local da execução. Um latrocínio (roubo seguido de morte) teria sido simulado para atrapalhar a investigação da polícia.

Motivo do crime

De acordo com a denúncia, o motivo do crime seria o fato de que o pastor Anderson do Carmo era o responsável pelo controle financeiro da numerosa família (54 filhos).

Titular da (DHNSGI) e delegado responsável pelo inquérito, Allan Duarte revela que imagem de família unida, era apenas uma fachada e que se tratava de uma organização criminosa intrafamiliar. Ainda segundo o delegado, Flordelis tentava passar uma imagem de decência e pessoa caridosa para conseguir chegar à Câmara dos Deputados.