Nesse domingo (9) uma tragédia aconteceu no bairro do Sacomã, na capital de São Paulo, quando um rapaz que comemorava seu aniversario foi perseguido por dois Policiais Militares em suas motos.
O rapaz, que acabava de fazer 19 anos, levou um tiro e morreu no local. Familiares do jovem acusam os policiais de terem atirado nele e ele não estar armado.
O policial que teria atirado no jovem relatou que ele atirou para se defender, já que achou que o rapaz estivesse armado e reagiria à perseguição. Os dois policiais admitem que não havia nenhuma arma no local onde o rapaz tinha caído com o tiro.
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil e também pela Corregedoria da Polícia Militar.
Aniversário de 19 anos
O nome do rapaz é Rogério Ferreira da Silva Júnior e estava fazendo 19 anos no mesmo dia. Rogério Jr pegou a moto emprestada de um amigo para dar uma volta sem capacete, quando foi perseguido pelos dois policiais também de moto.
Imagens de uma câmera de segurança mostram Rogério trafegando pela avenida dos Pedrosos, que fica no bairro do Sacomã, por volta das 17h50.
Logo em seguida é mostrado o momento que os dois policiais da Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicleta (Rocam) cercam o rapaz, que diminui a velocidade e para próximo ao meio-fio. Em seguida, o rapaz deixa a moto cair.
Segundo o boletim de ocorrência, Rogério teria tomado o tiro antes de cair na calçada, ou seja, na perseguição. Outros vídeos que estão circulando foram feitos por testemunhas em seus celulares, mostrando o rapaz agonizando sem nenhum socorro médico.
Os policiais militares fizeram um cordão para isolar o local para bloquear qualquer aproximação da população, que já demonstra uma revolta e estavam acusando os policiais de terem executado o rapaz.
Versão da polícia
Segundo os familiares do rapaz, Rogério teria sido perseguido porque trafegava sem o capacete com a moto. Entretanto, segundo os policiais no boletim de ocorrência, não foi bem assim.
Segundo eles, o rapaz foi abordado e, além de estar sem o capacete –que é um acessório obrigatório de proteção–, a moto estava sem a placa.
Eles disseram ainda que Rogério, além de não obedecer o sinal de parar, começou a fugir em alta velocidade, fazendo “ziguezague” pela avenida.
O registro desse caso no DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa), um dos policiais que se envolveram na perseguição disse que deu um tiro em Rogério porque pensou que o rapaz fosse atirar contra eles.
Está escrito no boletim que o rapaz teria tentado colocar a mão na sua cintura como se estivesse armado, o que fez os policiais reagirem diante do perigo.
A versão dos dois policiais foi aceita por um oficial que trabalha da Corregedoria da Polícia Militar e que aparece no boletim de ocorrência e também DHPP. O oficial afirmou que esse caso envolve a “legitima defesa putativa”, que seria aquela que a pessoa imagina estar em legitima defesa, mas reage a uma agressão que não existe.