Em entrevista nesta segunda-feira (26) ao programa "Em Ponto", da GloboNews, o médico Druazio Varella falou sobre a polêmica por trás das campanhas antivacina no Brasil. A discussão ascendeu novamente depois que o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), disse que os brasileiros não serão obrigados a tomar a vacina. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que iria comprar milhões de doses do imunizante desenvolvido em parceria com a China, mas Bolsonaro rebateu dizendo que não iria apoiar Doria nesta aquisição.

O jornalista José Burnier, da GloboNews, fez uma pergunta para Drauzio sobre o que pode resultar a disputa eleitoral sobre a aquisição das vacinas entre Bolsonaro e Doria.

Varella ressaltou primeiro que essa disputa é um tanto desnecessária, primeiro pelo fato que não se têm imunizantes prontos para serem entregues. Outro ponto que tornou a discussão desnecessária foi sobre a obrigatoriedade de se tomar a vacina vinda da China ou de qualquer outro lugar.

Varella fala sobre a obrigatoriedade

Após a pergunta de Burnier, a jornalista Julia Dualibi embalou mais uma pergunta sobre a obrigatoriedade dos brasileiros de tomar a vacina. Ela introduz a pergunta dizendo que existem países que não recorrem à obrigatoriedade, assim como no Brasil, e que surgiu uma politização entre os poderes em que o presidente do Brasil diz que não é obrigatório e o governador de São Paulo afirma que a vacinação será obrigatória, e pediu a opinião de Varella sobre o assunto.

Varella respondeu que o povo brasileiro sempre confiou e se vacinou com os imunizantes propostos pelos governos. Ele continuou dizendo que o sistema de vacinação do Brasil é um exemplo mundial. Logo depois ele citou dados afirmando que a maioria dos brasileiros concorda em se vacinar com a CoronaVac, que vem sendo produzida em parceria com a China.

Drauzio Varella ressalta importância da vacinação

O médico disse também que o governo deveria fazer campanhas de conscientização para convencer os poucos brasileiros que ainda não querem aderir à vacinação e que pode trazer problemas futuros para a população.

Ele então cita que na época em que surgiu a vacinação contra a varíola, foi necessário usar a força militar para vacinar algumas pessoas e pediu para que este tipo de cena não aconteça mais, considerando-a um erro.

Burnier fez outra pergunta ao médico sobre a imunização por rebanho, quando grande parte das pessoas já pegaram o vírus e acabaram ficando imune contra a doença. Varella então voltou a citar exemplos para formar sua resposta e questionou aos jornalistas quando foi que houve imunização por rebanho, na história da ciência. Em seguida ele disse que doenças como o sarampo perdurou por muitos anos e nunca se houve uma imunização própria, assim como as outras doenças transmissíveis. Ele afirmou que as doenças transmissíveis só foram possíveis de ser controladas a partir da criação de vacinas.