Nesta terça-feira (5), na cidade de Mineiros do Tietê (SP), uma Mulher denunciou o ex-parceiro após ter sido ameaçada de morte. Ao retornar da unidade da PM onde prestou a queixa, foi surpreendida pelo ex-companheiro que a atacou no meio da rua com chutes, tapas e pontapés em frente ao seu local de trabalho. A agressão foi gravada.

Com os registros das câmeras de segurança, a vítima se encaminhou até a delegacia para denunciar outra vez o ex-companheiro. Diante das evidências, o homem foi preso por violência doméstica. Entretanto, após ser ouvido, foi solto e liberado.

Segundo informações da Polícia Civil, o suspeito deverá ser investigado em liberdade pelo crime violência doméstica, mesmo tendo sido filmado agredindo cruelmente a ex-companheira após a denúncia feita de ameaça de morte. Para defesa da vítima, foi deferida uma medida protetiva de urgência limitando uma distância mínima de 200 metros entre o suspeito e a vítima.

Feminicídio e violência doméstica no Brasil

É possível afirmar que o ápice da violência cometida contra a mulher é a morte. Assim, o índice de óbitos de mulheres registrados em razão de conflitos de gênero decorre - feminicídios - são comumente cometidos por homens, em especial ex ou atuais parceiros e provém de situações derivadas de abusos no ambiente doméstico, violência sexual, ameaças ou intimidação, dentre outros.

Assim, é correta assertiva de que os parceiros íntimos são os principais responsáveis pelo assassinato de mulheres.

Estudos confirmam que cerca de 40% do total de homicídios de mulheres no mundo são cometidos por seus parceiros íntimos. Em contrapartida, quando comparado aos homens, essa proporção é de cerca de 6% no caso de assassinatos.

Em outras palavras, a proporção de mulheres que são assassinadas por seus parceiros de vida equivale a 6,6 vezes mais que o quantitativo de homens que são assassinados por suas parceiras. Somente entre os anos 2001 a 2011 no Brasil, estima-se que mais de 50 mil feminicídios foram cometidos no país, ou seja, mais de 5.000 mortes por ano.

Esses dados revelam que grande parte destes óbitos são oriundos do ambiente familiar, através de atos de violência doméstica contra a mulher que perde a vida dentro da própria casa.

A forma de violência mais habitual são aquelas ameaças feitas por parceiros, namorados, maridos, etc. de modo velado, na intimidade, onde os sentimentos de amor se confundem com crimes passionais. Estudos revelam a ameaça é o início de outras formas de violência, que não se resume ao mero uso da força física, mas nas suas mais diversas manifestações.

Em outras palavras, a violência está ligada à imposição do poder, a submissão do outro à sua vontade mediante uso da força ou através da imposição do medo