O aumento dos casos confirmados de coronavírus pelo mundo tem preocupado as autoridades e agentes de Saúde, especialmente os médicos e pesquisadores infectologistas. Os números oficiais divulgados pelo Governo brasileiro através do Ministério de Saúde confirmam que até agora 132 casos suspeitos da doença estão sendo monitorados em 16 estados brasileiros. O primeiro caso confirmado foi o de um homem de 61 anos, em São Paulo, na última quarta-feira (26). Ao redor do mundo, 15 países, além de China, apresentam transmissão ativa do coronavírus, o que agrava ainda mais a situação.
Como ainda não há uma vacina efetiva para prevenir a doença, pesquisas têm sido feitas para elaborar alternativas que contribuam para interromper o surto em andamento. Um estudo divulgado no início de fevereiro pelo “Journal of Hospital Infection” revela que o tempo de vida do vírus pode ser reduzido para 1 minuto com aplicação de álcool.
Temperatura e umidade fazem diferença para o coronavírus
O estudo pesquisou informações sobre coronavírus humano e veterinário presentes em superfícies inanimadas, como aquelas compostas por metal, vidro ou plástico, bem como analisou modos de tornar o vírus inativo através do uso de agentes biocidas aplicados em desinfecção, principalmente em unidades de saúde.
Dependendo das superfícies, o coronavírus humano permanece infeccioso de 2 horas a 9 dias, o que pode variar também de acordo com a temperatura do ambiente. Entre 30 e 40 graus Celsius, os testes mostraram redução de persistência em tipos diferentes do coronavírus, enquanto que em temperaturas mais baixas, como a partir de 4 graus Celsius, a permanência do vírus pode chegar a 28 dias.
Isso explica o fato do Brasil ser um país onde, nesse momento, o risco de uma epidemia é menor, pois o verão é a estação atual.
Os testes também mostraram que em um ambiente com umidade de 50%, o vírus persiste melhor comparado a um lugar com 30% de umidade relativa do ar.
Álcool em gel é um dos aliados no combate ao coronavírus em superfícies
Como o contato em superfícies inanimadas é mais frequente em locais com alta circulação de pessoas, como em unidades de saúde, escolas e universidades, são esses os ambientes mais propícios para a transmissão viral, por isso o estudo sugere que os procedimentos de limpeza e desinfecção são importantes no combate ao coronavírus, até porque não há, ainda, métodos mais eficazes de prevenção. É importante, portanto, manter procedimento de limpeza constantes, e isso vale para todos os ambientes, inclusive domésticos.
O estudo segue as recomendações da Organização Mundial de Saúde ao recomendar o uso de etanol de concentração 70% para desinfecção de superfícies pequenas, assim como para descontaminação das mãos, apesar de não ter sido concluído eficácia contra a contaminação por coronavírus pelas mãos.
Além do etanol, presente também no álcool em gel, o hipoclorito de sódio a 0,1% de concentração reduz a infectividade do coronavírus se aplicado em superfícies inanimadas e o seu efeito é muito rápido: dentro de apenas 1 minuto a infectividade é reduzida, o que evita a ação de um vírus que pode persistir em superfícies por até 9 dias.
Sintomas da doença
A situação no Brasil ainda não é alarmante devido ao número de casos confirmados ser baixo, apenas um até o momento. Mas o Ministério da Saúde continua monitorando o fluxo de pessoas que chegam no país. Aquelas que estão voltando ao Brasil e estiveram, nos 14 dias antecedentes ao retorno, visitando a Alemanha, Austrália, Emirados Árabes, Filipinas, França, Irã, Itália, Malásia, Japão, Singapura, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Tailândia, Vietnã, Camboja ou China, estão sendo acompanhadas, pois são nesses países onde a transmissão está ativa. Mas isso só acontece caso apresentam algum dos sintomas, que se assemelham aos de gripe comum: febre, tosse, falta de ar, dor de garganta e dor no peito.