O 8 de maio é o dia vizinho do Dia das Mães neste ano de 2021, e se transforma numa torcida para que as famílias desejem e comemorem a data especial no calendário. Mas, por coincidência, essa data é lembrada pela fundação de uma das entidades filantrópicas mais conhecidas no mundo: a Cruz Vermelha Internacional e o Crescente Vermelho.

Ponto de cura, de apoio e de assistência durante guerras, violências coletivas e emergências naturais, como a que está acontecendo nessa onda de coronavírus, a Cruz Vermelha volta seu olhar para a pandemia e para o auxílio a diversos governos e países.

Comemoração da data

A data de 8 de maio foi escolhida porque foi quando o fundador da entidade, o suíço Henry Dunant, nasceu em 1828. Seu filho mais conhecido, ou seja, a Cruz Vermelha, foi criada em 1863.

O principal motivo do surgimento remete a quatro anos antes: em 1859, Dunant foi testemunha ocular de uma batalha sangrenta, a de Solferino, localidade da Itália. Historicamente, essa batalha foi crucial para a consolidação da unificação italiana.

De um lado, tropas francesas e sardas e, do outro, a legião austríaca; o saldo foi de 6 mil mortes. Quando se travou o conflito, Henry Dunant estava a negócios na região e o cenário era caótico: médicos sobrecarregados, falta de transporte para as vítimas e a escassez geral de água e alimentos.

Sensibilizado, ele recebeu ajuda de voluntários e agiu no atendimento e no tratamento dos sobreviventes. Desprezando a nacionalidade dos soldados, socorreu a muitos dos dois lados oponentes. Com tal postura observada no homem, os voluntários sentiram uma inspiração e soltaram a frase “tutti fratelli” (todos irmãos, em italiano).

Impactado e modificado pela experiência vivida, Dunant pensou na criação de um organismo neutro e filantrópico que tivesse o intuito de assistir e proteger os feridos provenientes das guerras ou não. Dessa maneira, as Sociedades da Cruz Vermelha Nacional e do Crescente saíram do papel e viraram realidade.

Hoje, o embrião se tornou um movimento formado pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), por uma Federação Internacional e por mais 189 Sociedades Nacionais.

Em comum, elas são norteadas por sete Princípios Fundamentais e descritos com apenas um substantivo cada: independência, voluntariado, unidade, imparcialidade, universalidade, humanidade e neutralidade.

Importância e atuação no Brasil

Reconhecida como uma das mais importantes organizações de ajuda humanitária, a Cruz Vermelha possui representações no Brasil, além de outros 80 países.

Atualmente, ela se concentra no combate à pandemia de coronavírus; em sua sede localizada na zona sul de São Paulo, os voluntários se deparam com uma frase que traduz bem o espírito de ação e o propósito da entidade: “Gente simples, fazendo coisas pequenas, em lugares pouco importantes, conseguem mudanças extraordinárias.”

No Brasil, ela existe há 108 anos e já recebeu três Prêmios Nobel da Paz, sendo que os dois primeiros foram dados pela sua enorme contribuição às Primeira e Segunda Guerras Mundiais.

Nesse instante aflitivo, os componentes brasileiros buscam aliviar os efeitos decorrentes do coronavírus na saúde pública e na falta de comida no prato. Ambos encarados como incômodos cotidianos.

Os trabalhos constantes e envolvem grandes esforços; mesmo com um fluxo intermitente na quantidade de voluntários – às vezes com mais gente, outras com menos – a vontade é maior: com uma parceria fechada com a Prefeitura de São Paulo, os integrantes da Cruz Vermelha distribuíram cerca de 3 milhões de cestas básicas na cidade às comunidades carentes.

Dentro da própria Cruz Vermelha, o exemplo também é dado: denominado de Acesso Mais Seguro, a iniciativa colabora com seus agentes ao oferecer 5 mil litros de álcool em gel, 218 mil equipamentos de proteção individual, englobando dentro deste último número as 43 mil máscaras triplas.

Essa ação também foi estendida a populações de risco.

Segundo uma das voluntárias, o maior ensinamento que a Cruz Vermelha pode oferecer à pessoa é “a empatia, o respeito e o parar para ouvir o próximo”.