Manifestações ocorreram em Teerã neste sábado (11), e segundo a Fars, mobilizou cerca de 1.000 pessoas. A população se indignou depois do regime admitir publicamente em transmissões em redes estatais a responsabilidade pela queda de avião comercial, que causou a morte de 176 pessoas, incluindo 82 iranianos.

"As investigações continuam a identificar e processar essa grande tragédia e erro imperdoável", afirmou o presidente do Irã, Hassan Rouhani.

Declarações de ódio ao governo

Os protestos iniciaram com o agrupamento de estudantes de duas universidades, Amir Kabir e Sharif, com o objetivo de prestar respeito às vítimas da queda da aeronave.

Com o tempo, passaram de reuniões para manifestações, assumindo um aspecto mais agressivo e com mensagens de ódio contra o Regime. "Comandante-em-chefe renuncie", foi uma das mensagens gritadas pela multidão, referindo-se ao líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei.

A insatisfação não foi somente com o fato do avião ter sido abatido, mas também porque a possibilidade havia sido negada oficialmente. Sobre isso, manifestantes teriam gritado "morte aos mentirosos".

Representantes do Governo americano apoiaram as manifestações, como Mike Pompeo, chefe do Departamento de Estado dos Estados Unidos, que tuitou "eles [iranianos] estão fartos das mentiras, corrupção, inepto e brutalidade do regime sob a cleptocracia de Khamenei", disse Pompeo.

A agência de notícias Fars, tida popularmente como próxima da Guarda Revolucionária Iraniana, e considerada semi-oficial, publica fotos de pessoas rasgando fotos de Ali Khamenei e até mesmo imagens espalhadas na rua do general Qassem Soleimani, em ataque sob as ordens do presidente americano Donald Trump.

Justin Trudeau, primeiro-ministro do Canadá, país que também teve vítimas na queda do avião, afirmou estar "indignado e furioso".

Já Volodomyr Zelensky, presidente da Ucrânia, outro país com vítimas, espera pedido de desculpas da parte do governo Iraniano e indenização pelo acidente. Para tentar melhorar a imagem pública internacional do Irã, o ministro das Relações Exteriores, Javad Zarif, se retrata oficialmente e presta condolência aos familiares das vítimas.

Reação das forças policiais

Segundo a agência Fars, forças policiais dispersaram os manifestantes que estava impedindo o tráfego normal em estradas e imagens circulando na internet mostram a utilização de gás lacrimogêneo. Donald Trump se mostra interessado nas manifestações e já externou o apoio ao povo iraniano. No Twitter ele posta mensagens em apoio e se posicionando contra as reações agressivas de força policial.

"Não devemos ver o assassinato pacífico", foi o que afirmou Donald Trump em postagem na rede social. Ele utilizou a língua persa, idioma oficial do Irã, provavelmente voltando sua publicação ao povo iraniano.