Último balanço divulgado na sexta-feira (7), estima em 157 mortes causadas pela explosão em Beirute, capital do Líbano. As buscas por mais vítimas e sobreviventes continuam, pois 60 pessoas estão desaparecidas. Cinco mil estão feridas e 120 estão em estado grave. A maioria dos mortos era de nacionalidade síria, conforme pronunciamento da Embaixada da Síria no Líbano.

A tragédia aconteceu por armazenamento de 2.750 toneladas de nitrato de amônio no porto de Beirute. O produto, altamente inflamável, ficou acondicionado por seis anos no local e não se adotou nenhum tipo de medida preventiva.

De acordo com o governador de Beirute, Marwan Aboud, 300.000 moradores estão desabrigados ou morando nas ruas.

Danos adicionais

O ministro da Saúde Pública do Líbano, Hamad Hassan, admitiu que o país não possui estrutura suficiente para uma tragédia dessa envergadura.

As informações vindas da OMS (Organização Mundial da Saúde) relatam que três hospitais da capital estão sem operação e outros dois apresentam danos parciais, dificultando o tratamento dos feridos e a ausência de leitos à disposição.

Por enquanto, o jeito foi a transferência dos pacientes para hospitais localizados por todo o Líbano, fora de Beirute.

Às voltas com a explosão, há outro fator bem conhecido nos últimos meses pelo mundo que potencializa a criticidade da questão sanitária no Líbano: o combate ao coronavírus.

Os gestores públicos temem um aumento de casos da Covid-19 nos próximos dias.

Muitos desabrigados procuram casas de familiares e o pânico instalado, visando ao socorro das vítimas, estimulam a propagação do vírus, uma vez que surgem aglomerações.

Segundo a universidade americana Johns Hopkins, o Líbano contabiliza oficialmente 68 mortes e 5.400 casos de coronavírus.

Apoio internacional

Muitos países oferecem ajuda ao Líbano com o envio de equipes e suprimentos de emergência.

Tunísia, França, Irã, Rússia, União Europeia e Turquia estão tomando providências em prol de minimizar a situação libanesa.

A comunidade internacional fará neste domingo (9), uma conferência para angariar doações e distribuir ao Líbano, o qual já se encontrava em grave crise econômica.

Os presidentes da França, Emmanuel Macron, e da União Europeia, Charles Michel, visitaram Beirute durante a semana para averiguar os estragos e a destruição causada pela explosão.

Tomando a dianteira, os franceses colaboram com policiais e pessoal de investigação, além fornecer auxílio médico à população do Líbano.

A priori, as autoridades libanesas orçaram que a tragédia custará entre US$ 3 bilhões e US$ 5 bilhões.

Dimensão do impacto

A grande explosão na área portuária de Beirute abriu uma cratera de 43 metros de profundidade, conforme avaliação emitida por especialistas franceses.

Consultado, o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) informou que a magnitude da explosão por nitrato de amônio foi equivalente a de um terremoto de 3,3 na escala Richter.

A substância se caracteriza por um pó branco ou por grãos solúveis em água. Se não for aquecido, o nitrato de amônio é considerado seguro pelos químicos.

Caso passe de 210 °C, entrará em decomposição. Se a temperatura passar de 290 °C, o composto pode desencadear uma explosão. Para que isso aconteça, uma tubulação superaquecida, um relâmpago, um incêndio ou uma fiação desencapada serão motivos para se ver o que ocorreu (lamentavelmente) em Beirute.