A decisão recente por parte de um dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, relacionada à suspensão da investigação juntamente ao Ministério Público Federal no Rio de Janeiro, no que acomete ao caso envolvendo o ex-assessor Fabrício Queiroz, produziu manifestações de outros magistrados.

De modo reservado, ministros da Suprema Corte brasileira afirmam que o pedido de suspensão do caso seria uma suposta "confissão de culpa" por parte de envolvidos no caso, como o senador eleito Flávio Bolsonaro, do PSL, do estado do Rio de Janeiro.

Vale ressaltar que o senador eleito havia recorrido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para a suspensão de todas as investigações relativas ao seu ex-assessor e ex-motorista, Fabrício Queiroz.

Gravidade do caso, segundo magistrados do STF

Um dos ministros do Supremo Tribunal Federal, que decidiu se pronunciar em anonimato ao jornal Folha de S.Paulo, disse que o que teria ficado mais grave, em relação ao caso que envolve o ex-assessor Fabrício Queiroz, é que a atitude de se pedir a suspensão do processo partiu do senador eleito e não do ex-motorista.

Entretanto, a petição foi acatada na última quinta-feira (17). Outros ministros do Supremo acreditam que, se a investigação for aberta juntamente ao Supremo Tribunal Federal (STF), o próprio presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, poderá ser investigado, já que haveria movimentações financeiras ligadas à primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

A pausa no inquérito envolvendo o ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, havia sido instaurada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro e, por hora, está suspenso temporariamente, até que o ministro relator do caso, Marco Aurélio Mello, decida sobre a continuidade ou não da suspensão do inquérito respectivo.

As investigações são relacionadas a supostas movimentações consideradas "atípicas", que foram verificadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

O Coaf está sob a alçada, em parte, do ex-juiz Sergio Moro. O ex-magistrado da Operação Lava Jato assumiu o Ministério da Justiça e da Segurança Pública, no Governo do presidente Jair Bolsonaro.

Dentre os principais objetivos da pasta comandada por Sergio Moro, trata-se do combate ao crime organizado e também o combate à corrupção no Brasil.

Alguns nomes de destaque da força-tarefa da Operação Lava Jato foram nomeados para cargos importantes no superministério da Justiça, como a nomeação da delegada da Polícia Federal Érika Marena, que compõe a equipe de trabalho do ministério de Moro.