Nesta sexta-feira (24), o presidente Jair Bolsonaro respondeu sobre as declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, no que diz respeito a uma entrevista exclusiva concedida à revista Veja. Nela, Guedes ameaçou deixar o Governo caso a reforma da Previdência não seja aprovada. Dada as declarações do ministro da Economia, o presidente da República ressaltou que seu ministro está no direito dele.
O presidente teria dado estas declarações após ter participado de uma reunião do conselho deliberativo da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste), no Recife.
Bolsonaro sobre o direito de Guedes
Além de constatar o direito de Guedes (referente ao seu desembarque do país e consequentemente do governo em uma condição hipotética), o presidente lembrou de que ninguém é obrigado a ficar como seu ministro.
Em tom incisivo, seguindo na mesma linha de Paulo Guedes, Bolsonaro defendeu a reforma da Previdência e fez um alerta, dizendo que sem ela "será o caos na economia". O presidente da República destacou ter a certeza de que os governadores torcem pela aprovação da reforma.
O diagnóstico de Paulo Guedes
À Veja, o ministro da Economia fez um diagnóstico pessimista para o atual cenário do país e ainda mais acentuado, caso a reforma não passe ou ainda seja aprovada como um remendo. Em um dos cenários, a curto prazo, o economista partiu do pressuposto de que o Brasil vire uma Argentina, com 30% a 40% de inflação. Já no médio prazo, Guedes negativou supondo de que o Brasil se torne uma Venezuela. Ainda de acordo com a reportagem da revista Veja, o que faria o ministro Guedes ir embora seria a aprovação de uma reforma da Previdência que trouxesse uma economia menor que R$ 800 bilhões, já que, conforme disposto pelo economista, isso seria um remendo da velha Previdência.
Guedes é incisivo na reforma de R$ 1 tri
Ao pedir lugar de fala, o ministro de Bolsonaro destacou a importância do assunto, negando ser um irresponsável nem inconsequente. Sem papas na língua, cogitando que a reforma não fosse aprovada, o ministro declarou que iria embora no dia seguinte: "[...] Não existe isso. Agora, posso perfeitamente dizer assim: 'Olha, já fiz o que tinha de ter sido feito [...]", disse à reportagem.
Paulo Guedes denotou que se só ele quisesse a reforma, então, ele iria embora para casa. Ele também se queixou da mídia, bem como da oposição: "[...] pego o avião e vou morar lá fora". declarou. Em contrapartida, o ministro afirma ter confiança de que a reforma de R$ 1 trilhão saia.
Neste cenário positivo, revisões de crescimento para cima devem clarear por 10 anos o horizonte fiscal. O ministro disse ainda haver uma nuvem negra no Brasil, uma tempestade na Argentina e um furacão na Venezuela.