De acordo com uma matéria divulgada pela revista Veja, um dos supostos hackers presos durante a Operação Spoofing, da Polícia Federal, fazia campanha nas redes sociais para o presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Segundo a revista, Danilo Cristiano Marques, de 33 anos, que é motorista de aplicativo, usou suas redes sociais durante o período de campanha eleitoral do ano passado para mostrar apoio a Bolsonaro.
Nas publicações de Danilo no Facebook, além de apoiar Bolsonaro, ele fez críticas ao Partido dos Trabalhadores (PT).
De acordo com as informações dos familiares e amigos de Danilo, passadas à Veja, ele era “bolsonarista fervoroso”. Devido a isto, eles acharam estranho o fato dele ter sido preso, suspeito de ter participado da ação do grupo de hackers.
Os familiares de Danilo acreditam que ele não tem ligação alguma com os ataques feitos pelos hackers suspeitos de terem invadido os telefones de diversas autoridades do país.
Pessoas próximas ao motorista de aplicativo disseram ainda que ele seria uma espécie de “laranja” de mais dois suspeitos, Gustavo Henrique Elias Santos, de 28 anos, e Walter Delgatti Neto, de 30.
Afirmaram que a aproximação de Danilo com a dupla suspeita aconteceu há cerca de quinze anos, após terem se conhecido durante partidas de "Counter Strike", famoso jogo de tiro on-line. Ele jogava nas lan houses da cidade de Araraquara (SP).
Manoela Maia Cavalcante Barros, a defensora pública que está defendendo Danilo, afirmou que o endereço de IP de um dispositivo com o cadastro dele, seria a prova principal contra ele nas investigações. Entretanto, segundo a defensora, apesar do cadastro constar o nome de Danilo, quem usava o serviço era Walter Delgatti. Pelo fato de Delgatti ter restrições em seu nome devido às passagens pela polícia, seu colega, havia feito um favor.
Apoiador de Bolsonaro nas redes
Segundo a Veja, em 2018, Marques adicionou a expressão “Bolsonaro 17” em sua foto do perfil, e fez publicações de vídeos que mostram os comícios realizados a favor do presidente.
Além disso, ele criticou o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva e também à campanha “Lula Livre” criada na época, por apoiadores do petista.
Já Delgatti, fez publicações em sua conta no Twitter que são opostas às do colega. Em uma de suas publicações ele chegou a replicar as mensagens que foram vazadas pelo site The Intercept Brasil e realizou ataques ao presidente, ao procurador da Operação Lava-Jato, Deltan Dallagnol e também ao ministro da Justiça, Sergio Moro.
Além das diferenças de opiniões políticas entre Marques e Delgatti, há também diferenças no que diz respeito ao histórico deles, pois, Delgatti tem uma ficha extensa com a polícia, como estelionato, furto, falsificação e não há registro de emprego. Marques, por sua vez, foi operário em uma fábrica de cuecas, segundo informações passadas à revista.