A Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência aplicou uma advertência nesta terça-feira (28), ao Ministro da Educação, Abraham Weintraub. O motivo da advertência foram as ofensas deferidas pelo ministro contra os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

O caso em questão aconteceu em 26 de junho de 2019, quando um piloto da comitiva do presidente Jair Bolsonaro foi detido ao desembarcar com 39 quilos de cocaína na cidade de Sevilha, na Espanha. Weintraub então, comparou Lula e Dilma com drogas, dizendo que o avião presidencial já havia transportado drogas em maior quantidade e chegou até mesmo a questionar seus seguidores quanto ao peso dos ex-presidentes.

Além de não caber recurso, o ofício da CEP recomenda ainda que o denunciado siga os padrões de ética esperados por parte de uma autoridade pública. Segundo a Comissão de Ética Pública (CEP), o ministro pode até mesmo ser exonerado do cargo, porém o órgão em questão não tem autonomia para demitir um ministro, ficando esta decisão a cargo do presidente Jair Bolsonaro. O relator do caso na Comissão de Ética Pública (CEP), Erick Bill Vidigal, informou que o ministro violou o artigo do 3º do Código de Conduta da Alta Administração Federal (CCAAF).

Em sua defesa, Weintraub alegou que a forma em que se referiu a Lula e Dilma foi bastante bem-humorada, uma vez em que Lula, na ocasião, estava preso e criminalmente condenado, e Dilma havia sofrido um processo de impeachment pelo Congresso após cometer crime de responsabilidade. Com esses argumentos o chefe do Ministério da Educação alegou estar deixando implícito que ambos os ex-líderes do governo federal são "uma droga, como se diz popularmente".

Nos autos do processo constam ainda, a informação de que Abraham Weintraub citou seu direito a liberdade de expressão, que segundo ele, não pode ser reduzido em virtude de seu cargo público.

Drogas no avião presidencial

Em 26 de junho de 2019, o presidente Jair Bolsonaro e sua comitiva estavam viajando em direção ao Japão para participar de um encontro do G20 em Tóquio.

Uma parada na cidade de Sevilha, na Espanha, estava programada e foi lá que o piloto de uma das aeronaves da comitiva presidencial foi detido com 39 quilos de cocaína na bagagem. O piloto que é sargento da Força Aérea Brasileira (FAB), tem 38 anos, é casado e fazia parte de uma comitiva composta por 21 militares que prestavam suporte à viagem do presidente.

O avião que levava o presidente não era o mesmo em questão, e o episódio fez com que a escala do avião em que estava Jair Bolsonaro fosse alterada de Sevilha para Lisboa, em Portugal.

Na ocasião, Bolsonaro informou no Twitter que ficou sabendo da apreensão e determinou ao Ministro da Defesa a imediata colaboração com a polícia espanhola.