O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve nesta quinta-feira (13) na Santa Sé, em Roma, para um encontro com o Papa Francisco. O ex-líder do governo brasileiro e o atual líder da Igreja Católica se reuniram para discutir questões como desigualdade social, fome e intolerância. Segundo informa o site do Instituto Lula, o pontífice queria entender melhor como Lula conseguiu diminuir a desigualdade no Brasil durante seu governo.

Lula desembarcou em Roma, na Itália, nesta quarta-feira (12), segundo o site do Partido dos Trabalhadores (PT), e aproveitou a estadia no país para se encontrar também com líderes políticos italianos.

Dentre os líderes locais estavam Nicola Zingaretti, que é o atual secretário-geral do Partido Democrático, e Massimo D’Alema, que é ex-primeiro-ministro da Itália, e já havia visitado o ex-presidente brasileiro durante o período em que ele ficou preso em Curitiba.

O encontro de Lula com o Papa Francisco só foi possível após uma manobra da defesa do ex-presidente, que pediu à Justiça brasileira que adiasse um interrogatório que estava agendado para dia 11 de fevereiro em Brasília, para que ele pudesse viajar à Itália e ao Vaticano entre o período de 12 à 15 de fevereiro.

O interrogatório foi adiado para o dia 19 de fevereiro.

Lula teve um encontro rápido com o Papa Francisco, que durou cerca de uma hora. Ele chegou ao Vaticano aproximadamente às 15h30 em um carro com vidro fumê, acompanhado por Celso Amorim, seu ex-chanceler. Segundo informa a agência de notícias AFP, o teor em detalhes da conversa entre os líderes não será divulgado oficialmente devido ao caráter privado da reunião.

Lula concede entrevista

Após o encontro Lula concedeu uma entrevista e afirmou que a ganância dos interesses empresariais e financeiros é o principal responsável por revogar as conquistas dos trabalhadores e por aumentar a desigualdade ao redor do mundo. Segundo ele, o mundo está se tornando cada vez mais desigual e estão sendo derrubadas muitas das conquistas do século XX.

Lula e Francisco também discutiram sobre questões econômicas e ambientais, deixando clara sua preocupação com os mais pobres que estão ficando cada vez mais sem oportunidades de emprego.

Após a reunião com o papa, o ex-presidente foi até a Fundação Lili e Lélio Basso para uma visita. Lá ele se encontrou com os juristas Luigi Ferrajoli e Franco Ipolitto, que e é ex-presidente da Suprema Corte Italiana. Na ocasião, Ferrajoli afirmou que Lula foi vítima de uma perseguição política, e denunciou os abusos cometidos pelo atual ministro Sérgio Moro durante a Lava Jato, dizendo que ele fez uma colaboração premiada com o atual presidente Jair Bolsonaro.