Augusto Aras, procurador-geral da República, voltou a entrar em confronto com o presidente do Brasil sobre o possível descumprimento por parte de Jair Bolsonaro (sem partido) das determinações das autoridades sanitárias. Em entrevista ao jornal O Globo, Aras citou que irá ouvir o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e que quem determina as políticas de saúde pública no país é o ministro.
O procurador já tinha dito, em entrevista ao O Globo, que poderá acionar a Justiça caso o presidente baixe um decreto contrário as orientações de isolamento horizontal.
O isolamento social foi adotado por governadores e prefeitos, o que vem causando várias polêmicas e brigas políticas, parte delas, pela oposição veemente de Bolsonaro, que defende isolar só os grupos de risco.
Aras também comentou as opiniões do presidente. Segundo o procurador-geral, as manifestações de Bolsonaro estão dentro do seu direito de liberdade de expressão, também, pela imunidade do seu cargo. Ainda na entrevista, Aras citou que as acusações sobre ele estar omisso na questão que o Governo enfrenta diante da crise da COVID-19 são “extremamente injustas”.
Depois do Twitter, o Facebook e o Instagram
Logo depois que o Twitter deletou duas publicações do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), Facebook e Instagram também excluíram publicações dele.
Nos vídeos, Bolsonaro aparece conversando com ambulantes e pessoas nas cidades-satélites de Brasília. Os conteúdos mostram ainda o presidente contrariando as orientações de saúde, para segurar a disseminação da COVID-19. No Brasil, já são 150 vítimas fatais por coronavírus.
O Facebook, que também é dono do Instagram, disse que o conteúdo foi deletado das redes sociais porque as postagens vão contra a regra de não proliferar desinformações que possam causar danos reais às pessoas.
Esses vídeos, que foram deletados, mostravam um passeio de Bolsonaro em um supermercado, que provocou uma imensa aglomeração no último domingo, 29. O presidente da república conversa com vendedores ambulantes, ignorando as recomendações de isolamento.
O Twitter anunciou em nota que recentemente vem expandindo as suas regras em escala mundial, para abranger materiais que, eventualmente, vão contra a verdadeira informação de saúde pública.
Todas as informações devem ter fontes oficiais.
Desde o começo, o presidente Jair Bolsonaro vem contrariando as orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde) e do Ministério da Saúde sobre o fim da quarentena, que é uma medida de contenção, para evitar a transmissão do novo coronavírus. Bolsonaro também tem feito muitas críticas aos governadores e aos prefeitos, chamando-os de "exterminadores dos empregos", que trabalham com o conceito apocalíptico de "terra arrasada" e estão cometendo crimes contra o meio econômico.