De acordo com a reportagem feita pelo site Agência Pública, o então juiz Sergio Moro levava em média 263 dias para emitir uma sentença na Operação Lava Jato antes do impeachment de Dilma Rousseff (PT). Após o processo, a média de dias aumentou para 448.
O levantamento de dados realizado pelo site usou como base processos da operação na Justiça Federal do Paraná. Na esfera criminal foram analisados 102 processos, que julgavam crimes de Corrupção e lavagem de dinheiro.
O impeachment da presidente Dilma Rousseff ocorreu em agosto de 2016. O Partido dos Trabalhadores recentemente entrou com um pedido de anulação do impeachment da ex-presidente Dilma.
O Supremo Tribunal Federal começou analisar o caso na última sexta-feira (6).
Moro assumiu a Lava Jato em 2014, e durante o período o seu desempenho foi 2,5 vezes mais rápido, em relação aos demais juízes federais. Os processos levam em média 1 ano e 10 meses para chegarem a uma sentença. Ele levou 263 dias, e depois aumentou para 448 dias, quando Dilma deixou a presidência da República.
Alguns fatores contribuíram para agilidade de Moro nos julgamentos Operação Lava Jato. E uma delas foi a decisão feita pela Justiça brasileira que permitiu que os processos conexos sobre a mesma vara fossem reunidos e distribuídos por dependência. Dessa forma, Moro assegurou que todas as ações criminais passasse pelo seu parecer.
Segundo fator foi a efetividade da Força-Tarefa do Ministério Público Federal do Paraná (MPF-PR), coordenada por Delta Dallagnol, que desenhou as delações premiadas e os acordos de leniência.
No Paraná, entre as 50 sentenças penais da Lava Jato, 39 levaram cerca de um ano para serem publicadas, 17 sairam em mais de seis meses.
Em 2019, o site The Intercept Brasil divulgou uma série de reportagens com mensagens vazadas entre o juiz Sergio Moro e a equipe da Força Tarefa da Lava Jato. De acordo a série de mensagens de textos divulgadas pelo site, o ex-juiz teria conduzido alguns processos de maneira parcial, como foi o caso da sentença do ex- presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do Triplex de Guarujá.
A substituta de Sergio Moro na Lava Jato
Moro assumiu a operação no dia 22 de abril de 2014 e deixou em novembro de 2018, quando aceitou o cargo de Ministro da Justiça do presidente Jair bolsonaro. O convite foi feito logo após a campanha eleitoral.
Com a sua saída, ele foi substituído pela juíza Gabriela Hardt, que não conseguiu ter o mesmo ritmo de trabalho do atual ministro. Ela mantém o mesmo ritmo de trabalho dos juízes federais.
MPF e a velocidade das decisões na Operação Lava Jato
O site Agência Pública questionou os órgãos responsáveis pela operação Lava Jato como o Ministério da Justiça ,Justiça Federal do Paraná e o Ministério Público do Paraná sobre a velocidade de trabalho nas decisões no âmbito da Lava Jato.
No entanto, apenas o Ministério Público do Paraná respondeu ao site, e afirmou que alguns fatores determinam o tempo de uma ação, e negou que estaria relacionada ao impeachment de Dilma Rousseff. O órgão também afirmou que o número de servidores públicos disponibilizados contribuíram para que os casos fossem resolvidos no prazo.
Lava Jato do Paraná completa seis anos
O Ministério Público Federal do Paraná (MPF-PR) divulgou o balanço dos trabalhos realizados ao longo dos últimos anos da força-tarefa na Operação Lava Jato do Paraná completou seis anos em 17 de março.
Durante este período foram realizadas 70 fases, 1.343 buscas e apreensões, 293 prisões, 500 pessoas acusadas, 52 sentenças e 253 condenações.