Em meio ao surto da covid-19, o presidente Jair Messias Bolsonaro (sem partido) descumpre as medidas do Ministério da Saúde. Na tarde desse domingo (5), o presidente realizou uma livre nas suas redes sociais onde era divulgado um 'culto' entre apoiadores do governo e alguns parlamentares. A transmissão chegou a atingir mais de 80 mil telespectadores.
Na saída do Palácio do Planalto, o chefe do executivo se reuniu com algumas pessoas para realizar orações. O objetivo, segundo o presidente, seria se aproximar de Deus em meio a pandemia da covid-19.
Ainda sobre o caso, o presidente informou que a situação do país é instável, mas é necessário a população se apegar com Deus para que o vírus não se proliferar ainda mais nas terras brasileiras.
Durante a oração, Bolsonaro manteve uma certa distância de algumas pessoas com medo de ser contagiado, mas ao final, ele se aproximou de algumas pessoas e deu a mão para um de seus apoiadores. Toda a ação foi registrada durante uma Live que o próprio presidente fez pelas suas redes sociais. Pelas redes sociais, muitas pessoas se posicionaram contra a atitude do presidente, já que ele não respeitou as medidas do Ministério da Saúde em relação a quarentena.
Sobre as orações, Bolsonaro disse: "É muito fácil acreditar em Deus, basta querer descobrir de onde veio.
Nós viemos do espírito santo, vamos voltar para esse lugar um dia, temos que voltar com a ficha limpa".
Bolsonaro é processado
A ABJD (Associação Brasileira de Juristas pela Democracia) denunciou Bolsonaro no TPI (Tribunal Penal Internacional) por crime contra a humanidade. Segundo a associação, as atitudes do presidente durante a crise do coronavírus expõem "a vida de cidadãos brasileiros, com ações concretas que estimulam o contágio e a proliferação do vírus".
Em rede nacional, o presidente informou que não teria em que se preocupar, já que as consequências do coronavírus não iria passar de um simples "resfriadinho" ou "gripezinha". Alem disso, o presidenciável realiza diversas postagens em suas redes sociais estimulando a retomada das atividades no país.
Bolsonaro, junto da sua cúpula, pretendia criar uma campanha com o seguinte slogan: "O Brasil não pode parar".
O caso gerou tanta repercussão, que a Justiça do Rio de Janeiro analisou situação e não autorizou o material para divulgação.
Mesmo com essa restrição, o atual presidente continuam a incentivar seus apoiadores a voltarem para o trabalho, já que a economia do país poderia der afetada nesse período de quarentena. Até o momento, o Brasil registrou cerca de 486 vítimas fatais e mais de 11 mil casos confirmados.