Segundo informações do jornal Folha de S.Paulo, após o comunicado do presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (sem partido), de que a diretoria-geral da Policia Federal iria passar por mudança de comando, o ministro da Justiça, Sergio Moro, pediu demissão do cargo. Moro foi quem escolheu o atual diretor, Mauricio Valeixo, por ter certa confiança no diretor, mas Bolsonaro quis mudar de diretor e assim acabou contrariando Moro, que não quer mais continuar no Governo. Moro foi uma das promessas do governo Bolsonaro e o ex-juiz da Lava-Jato teria autoridade para tomar suas decisões, mas parece que algumas coisas não estão funcionando bem.

Sergio Moro era cotado para um dia ocupar uma das cadeiras no Supremo Tribunal Federal (STF), mas hoje em dia parece que esse sonho se distanciou um pouco. Alguns episódios da política brasileira têm distanciado Moro do governo e vêm inibindo sua atuação como ministro da Justiça. Um deles foi as mensagens trocadas com os coordenadores da Operação Lava Jato que vieram a público no ano passado. A suspeita de que um dos filhos do presidente, Flávio Bolsonaro, esteja envolvido em corrupção também enfraqueceu sua atuação como ministro.

Por um tempo o assunto da troca de diretor da Polícia Federal andou parado, mas Bolsonaro voltou a falar sobre o assunto e pedia uma reforma no Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Essa mudança iria reduzir a autonomia de Sergio Moro e dividir a responsabilidade para outros ministros. Mas depois Bolsonaro achou que seria inviável na época e retrocedeu deixando a reforma de lado.

Sergio Moro tem levantado sua moral dentro do governo com o combate ao tráfico nas fronteiras brasileiras e diminuição no número de homicídios.

Moro também tem recuperado e leiloado bens que são confiscados pela Justiça após a condenação judicial.

Bolsonaro contrariou Moro sobre pacote anticrime

O projeto anticrime apresentado pelo ministro Moro teve alguns tópicos rejeitados por Bolsonaro, como a de isentar de punição policiais que matar em serviço durante as operações.

Bolsonaro acatou das 38 sugestões apresentadas por Moro quatro de forma integral e uma de forma parcial. Bolsonaro alegou que o projeto apresentado por Moro não era visto como essencial para o governo naquele momento. Moro mais uma vez foi contrariado por Bolsonaro quando aprovou sem vetos a lei de juiz de garantia. O projeto permite que dois juízes trabalhem no mesmo caso.

Há um tempo veio a público a notícia de que Bolsonaro teria prometido um cargo a Moro no STF, mas Bolsonaro negou que tivesse feito tal afirmação. O presidente disse que pretende colocar alguém que seja integralmente evangélico para ocupar a cadeira no STF, vagas que podem surgir até o ano de 2022.