Mais uma vez, o presidente Jair Bolsonaro se mostrou contrariado com a ação da Polícia Federal contra seus apoiadores. Sob ordem judicial do Supremo, a PF cumpriu nesta terça-feira (16) mandados de busca e apreensão em residências e escritórios de aliados do presidente. Além disso, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, quebrou o sigilo bancário de 10 deputados federais e 1 senador, todos bolsonaristas.

Assim como aconteceu da última vez, o presidente Jair Bolsonaro resolveu se posicionar contra essas ações. Na noite da mesma terça-feira (16), o presidente utilizou a sua conta no Twitter para expressar a sua indignação sobre o assunto. No total, foram feitas 10 mensagens expressando revolta.

As mensagens do Twitter de Jair Bolsonaro

A primeira mensagem do presidente Jair Bolsonaro veio logo no início da noite de terça-feira (16). Sem citar nomes, Bolsonaro falou que o autoritarismo que os seus adversários apontam não são nada mais do que simples posicionamentos ligados aos valores e bons costumes dos seus apoiadores, que são conservadores.

Logo depois, a segunda mensagem veio com um tom mais direto, embora com palavras mais brandas. Segundo Bolsonaro, os abusos ocorridos atualmente por parte dos seus adversários estão sendo recebidos com cautela pelo seu governo. Ele afirma que continuará agindo dessa forma para preservar a harmonia e o respeito entre os poderes.

Na sequência, Bolsonaro acrescentou que fingir naturalidade nesse momento só contribui para a destruição da própria democracia. Segundo ele, esses "ataques" representam autoritarismo e atentam contra a liberdade de expressão do seu próprio povo, e que diante disso não se pode ficar calado.

Por fim, o presidente Bolsonaro afirmou que não irá "assistir calado enquanto direitos são violados e ideias são perseguidas".

“Por isso, tomarei todas as medidas legais possíveis para proteger a Constituição e a liberdade dos brasileiros”, concluiu.

Ministro Celso de Mello critica autoritarismo do Estado

As rusgas do presidente Jair Bolsonaro com os ministros do Supremo Tribunal Federal não se limitam às ações comandadas pelo STF contra militantes bolsonaristas. Também na terça-feira (16), mas à tarde, o ministro Celso de Mello falou que é inaceitável que haja no Estado brasileiro políticos que abracem o autoritarismo e desrespeitem as instituições sem o menor pudor.

A declaração do Ministro Celso de Mello, que é o mais velho entre todos os membros do STF, foi feita durante uma sessão da Segunda Turma do tribunal.

Embora não tenha citado diretamente o presidente Jair Bolsonaro, a declaração do Ministro incomodou bastante os apoiadores do presidente. Nas suas mensagens no Twitter, o próprio presidente fez questão de usar a palavra "autoritarismo" várias vezes.