O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse neste sábado (26) que não se sente pressionado em vacinar a população brasileira, mesmo sabendo que os outros países já estão iniciando a aplicação da vacina contra o coronavírus. "Ninguém me pressiona para nada, não dou bola para isso", disse. O governo não apresentou ainda uma data para começar a imunização contra a Covid-19 no Brasil.

Bolsonaro ressaltou que não vai agir por pressão de terceiros e nem dar chances para que isso aconteça. Ele disse que só age de forma racional com razoabilidade e muita responsabilidade com a nação, pois precisa saber o que está sendo oferecido ao povo.

Países como os Estados Unidos, Chile e México já começaram a vacinação contra a Covid-19.

O presidente disse também, sem citar nomes, que algumas pessoas não querem respeitar a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) na decisão de qual vacina deve ser usada para imunizar os brasileiros.

Bolsonaro fez referência a uma discussão política que vem acontecendo no Planalto sobre a vacinação.

O presidente disse que já assinou uma Medida Provisória (MP) com um orçamento de R$ 20 bilhões, mas que entre ele e a vacina tem ainda a aprovação da Anvisa que alguns parlamentares não querem respeitar.

A MP ainda passará pela aprovação do Congresso Nacional que pode derrubar ou alterar o texto base.

O ministro da Saúde Eduardo Pazuello disse que o governo pretende iniciar a aplicação da vacina em fevereiro, no entanto ainda não se tem um imunizante contra o coronavírus aprovado pela Anvisa.

Dentre os remédios que estão sendo analisados pelo governo está a CoronaVac que vem sendo produzida em conjunto da empresa chinesa Sinovac e o Instituto Butantan. Algumas doses do imunizante já estão sendo testados no Brasil, mais precisamente em São Paulo.

O governo está concluindo a aquisição de 46 milhões de doses da vacina CoronaVac que antes era rejeitada pelo presidente.

Outras vacinas que podem ser adquiridas pelo governo brasileiro são a que está sendo produzida pela AstraZeneca em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Universidade de Oxford, e a vacina da farmacêutica norte-americana Pfizer.

Bolsonaro fala em responsabilidade de efeitos colaterais

O presidente ressaltou que as empresas que fornecerem o imunizante não serão responsabilizadas por efeitos colaterais que a vacina apresentar nos pacientes.

Isso foi dito dias atrás também por Bolsonaro com o objetivo de incentivar às pessoas a assinarem um termo de responsabilidade antes de tomar a vacina.

Ao ser questionado por jornalistas sobre a isenção do termo de responsabilidade apresentado pela Pfizer, Bolsonaro respondeu que essa maneira de trabalhar não é apresentada apenas Pfizer, mas por todas as fabricantes do imunizante contra o coronavírus.

Sobre o termo de responsabilidade que os brasileiros teriam que assinar para receber a vacina, Pazuello disse que esse procedimento só seria utilizado em caso de eventual vacinação emergencial. Se o remédio for aprovado pela Anvisa não será preciso que as pessoas assinem o termo.