Parlamentares que fazem parte do PT pediram na Justiça Federal que Alexandre Ramagem, diretor geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), fosse afastado do cargo. A solicitação inclui também um pedido de investigação contra Ramagem e o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido).

A ação proferida pelos deputados do PT se deu após as acusações de que órgão teria feito supostos relatórios para ajudar os advogados do deputado Flávio Bolsonaro (Republicanos), no caso que recebeu o codinome de “rachadinha”.

Trata-se de um suposto esquema que consistia na devolução de parte dos salários que eram pagos aos funcionários que trabalharam no gabinete de Flávio, que ficava na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).

As acusações que estão sendo feitas pelo Ministério Publico do Rio de Janeiro contra Flávio Bolsonaro são de lavagem de dinheiro, peculato e formação de quadrilha.

Os parlamentares usaram matérias divulgadas pelas revistas Época e Crusoé como base para fazer o pedido de afastamento de Ramagem.

Os líderes do partido, como Gleisi Hoffmann (PT), Enio Verri, Paulo Pimenta e Natália Bonavides, alegam que o motivo para pedir o afastamento de Ramagem se dá por conta que ele praticou atos ilícitos ao desviar a finalidade da instituição e abuso de poder.

Antes deste pedido, o PT já tinha feito outra solicitação no Supremo Tribunal Federal (STF), que foi um pedido de exoneração de Ramagem, da Abin.

Segundo as matérias divulgadas pelas revistas em questão, a Abin fez pelo menos dois relatórios com a intensão de auxiliar a defesa de Flávio para pedir a anulação do processo.

Um dos argumentos para o pedido de anulação das investigações, que segundo a publicação da revista Época divulgou, foi sobre o pedido de acessos imotivados anteriores. Outra orientação passada através dos supostos relatórios para ajudar no caso foi dificultar o recolhimento de dados na Receita Federal e a troca de funcionários do órgão. O relatório sugere a substituição de "postos", em provável referência a alguns servidores, de acordo com a revista.

O caso está sendo investigado pela PGR (Procuradoria-Geral da República).

Cármen Lúcia cobra explicações

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, pressionou a Abin e o Gabinete de Segurança Institucional para se esclarecerem sobre as acusações em questão.

Os órgãos se manifestaram dizendo que não houve relatórios, no entanto, Flávio Bolsonaro disse que os documentos foram feitos. Os órgãos disseram que teve sim uma reunião entre Ramagem, Bolsonaro, Flávio Bolsonaro e o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), General Augusto Heleno, mas que não discutiram assuntos neste sentido.

MP estima que 4,2 milhões foram desviados por Flávio

O Ministério Público sugeriu que cerca de 4,2 milhões foram supostamente desviados por Flávio Bolsonaro e o ex-policial aposentado Fabrício Queroz, mas o órgão não deu detalhes de como aconteceu esse repasse.

Os advogados do senador negaram as acusações e disseram que existem erros matemáticos por parte do MP.