Rodrigo Maia (DEM-RJ) não se conteve e de forma direta criticou o anúncio do Governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de zerar a alíquota do imposto para importação de revólveres e pistolas. Para o presidente da Câmara, o governo não está dando prioridade para começar a vacinação da população brasileira contra o coronavírus.

O governo anunciou a isenção de impostos para importação de armas de pequeno porte, como pistolas e revólveres, que começará a valer a partir do ano que vem. Para Maia isso não era necessário agora, pois ainda não foi decidido um plano de vacinação para combater o contágio do coronavírus no país.

Maia disse que no mesmo dia em que os parlamentares estão discutindo para decidir qual vacina deve ser comprada, o governo vai e retira os impostos sobre a compra de armas vindas do exterior.

O governo até apresentou um plano para começar a vacinação, plano que foi criticado por vários profissionais da saúde, desde médicos a especialistas. Eles citaram falta de eficiência na logística do remédio.

De acordo com o plano proposto pelo governo, a vacinação seria realizada em quatro fases. Os primeiros seriam os profissionais de saúde, depois idosos, em seguida os indígenas, professores, profissionais da área da segurança pública e presos. O plano prevê uma campanha com 109,5 milhões de doses da vacina.

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse em entrevista à CNN Brasil que a vacinação contra o coronavírus deve começar ainda neste mês de dezembro. A vacina que será usada é o imunizante fabricado pela Pfizer/BioNTech.

Maia diz que a prioridade do governo está invertida

Maia classificou a isenção de armas por parte do governo como falta de prioridade e sensibilidade com as famílias e pessoas que vem sofrendo com a pandemia.

O presidente da Câmara citou também que o sistema de saúde do Brasil está quase estagnado e os casos de infectados estão aumentando e o governo preocupado em liberar impostos sobre compra de armas. "Nos deixa perplexos a falta de prioridade e sensibilidade do governo. As pessoas estão perdendo as vidas, o número de infectados aumentando, hospitais sem leitos de UTI e nós vemos isenção para importação de arma", disse.

Maia disse também que o governo está fazendo de tudo para conseguir que um aliado seja eleito para cargo de presidente da Câmara de Deputado e assim poder controlar as pautas que devem ser votadas e aprovadas. Ele disse também que o governo tenta desorganizar a agenda sobre a proteção ao meio ambiente no país e facilitar a venda de armas no Brasil.

As eleições para a escolha dos novos presidentes do Senado e da Câmara ocorrem no próximo dia 1° de fevereiro.