O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) resolveu realizar nesta quinta-feira (28) sua live semanal com uma lata de leite condensado em cima da mesa. A intensão foi falar sobre a última polêmica que surgiu após a mídia divulgar que o Governo federal gastou R$ 15,6 milhões com o produto em 2020.
Durante entrevista ao programa “Pingo Nos Is”, pouco antes da live, Bolsonaro fez menção à licitação feita em 2009 pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para a compra de lagostas e vinhos.
"Estamos há dois anos no governo. E aqui na presidência não tem vinho, não tem nada.
Pelo que sei, não tem lagosta...", disse ele.
No edital divulgado pela Corte constavam medalhões de lagosta, camarões ao vapor e vinhos que tivessem recebido ao menos quatro premiações internacionais.
A licitação foi suspensa pela Justiça, mas depois liberada pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Durante a transmissão, Bolsonaro comentou também sobre a matéria divulgada no último domingo (24) pelo site Metrópoles, que explanou as despesas do governo alimentos, entre eles chicletes, pizzas e leite condensado.
Bolsonaro disse que vem sofrendo muitas críticas e muitas delas chagam a ofender, pois, segundo ele, vem fazendo seu trabalho de forma honesta e para fazer isso requer muito esforço e por esse motivo alguns ex-presidentes sucumbem.
Bolsonaro ataca imprensa
Durante evento privado na última quarta-feira(27), Bolsonaro criticou a imprensa por conta da matéria que fala sobre os gastos do governo. Em um vídeo, Bolsonaro aparece segurando um microfone e falando que já estava irritado com notícias, disparando insultos contra a imprensa.
O local estava lotado de simpatizantes, que aplaudiram o presidente.
Bolsonaro afirmou que as latas de leite condensado citados na matéria seriam para "enfiar no ra** de vocês da imprensa".
Mais uma vez os apoiadores bateram palmas e gritaram “mito”, termo usado por seus simpatizantes para elogiá-lo. Nas imagens é possível ouvir os apoiadores pedindo para ele falar mais coisas contra a imprensa.
A repercussão do caso gerou até um pedido de investigação movido pelo PDT, que solicitou ao STF que fosse instaurado um inquérito para apurar os gastos do governo com alimentos, pois, segundo o documento enviado pelo PDT, os valores não batem com a quantidade de pessoas que poderiam consumir os alimentos.